Para onde a Conab levará os preços do MILHO?
“Os agricultores têm que se lembrar que o custo de produção da segunda safra de milho está ao redor de R$ 74,19/saca"
A safra brasileira de milho para a próxima temporada sofreu reduções graves, com uma queda de 37,5% nos estoques iniciais, passando de 10,16 milhões para 6,35 milhões de toneladas, segunda informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A produção também foi reduzida em 538,3 mil toneladas em relação à estimativa de novembro e em 13,42 milhões de toneladas em relação à safra anterior.
Isso levou a uma diminuição de 3,31% na disponibilidade interna em relação a novembro e de 10,55% em relação à temporada anterior, com as estimativas de novembro e dezembro diminuindo 131,33 MT e 126,97 MT, respectivamente. “Já os estoques finais foram reduzidos pela metade: passaram de 8,86 milhões de toneladas para 4,51 milhões de toneladas e isto deverá ser um fator significativo de alta daqui para frente. Do resto, a Conab manteve inalterados o consumo interno e as exportações”, comenta.
Nesse cenário, segundo a TF Agroeconômica, a principal consequência será o aumento dos preços internos. “Com menor disponibilidade e igual perspectiva de demanda, tanto interna quanto externa, é muito provável que aumente a disputa entre indústrias consumidoras domésticas e exportadoras pelo produto disponível, gerando automaticamente preços maiores. Isto já aconteceu com o aumento de 1,26% nas cotações do milho B3 e 1,36% na média Cepea nesta quinta-feira. E a tendência é continuar uma subida lenta e gradual (nada rápida grande)”, indica.
“Os agricultores têm que se lembrar que o custo de produção da segunda safra de milho está em torno de R$ 74,19/saca, segundo apontamentos do Deral-PR, então é somente a partir deste valor que começa a ter realmente lucro. E a cotação da B3 para janeiro subiu para 70,97/saca nesta quinta-feira, cerca de 4,34% abaixo do custo de produção. Mas, a perspectiva dos preços domésticos é, a partir de hoje, francamente de alta, embora seja uma alta moderadamente, nada que permita pensar em três dígitos”, conclui.