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Pão francês mantém preço estável em Piracicaba (SP)

O início da safra do trigo no país, e o aumento da oferta do produto, devem garantir o equilíbrio ao mercado interno



Pouco mais de seis meses após a mudança na sistemática de cobrança do pão francês – de unidade para quilo – o preço continua o mesmo e deve se manter estabilizado, por tempo indeterminado, segundo projeções de Adilson Sartori, presidente da Apapir (Associação da Indústria de Panificação e Confeitaria de Piracicaba). O início da safra do trigo no país, e o aumento da oferta do produto, devem garantir esse equilíbrio ao mercado interno. A média do preço do pão hoje em Piracicaba (SP) é de R$ 5 o quilo. Segundo Sartori, o preço da farinha importada da Argentina teve aumento de 10% e não foi repassado ao preço final do filão. “Nós não mudamos o valor com o aumento, que poderia ter influenciado em um reajuste de 5% a 7% no preço final do produto, o que não ocorreu. Como bancamos este aumento, em contrapartida agora o preço não deverá baixar”, lembra. Hoje, 80% do consumo nacional da farinha de trigo depende da importação da Argentina. “Há ainda um pouco do Canadá, mas é um volume muito pequeno”, afirma Sartori. Se o preço da farinha não cair, por conta do aumento da produção trazido pela safra, a hipótese é de que ocorra o aumento do pão francês. “Mas acho impossível pois todos os anos, com maior oferta, o preço da farinha cai neste período”, afirma. Hoje, o quilo do pão francês é vendido entre R$ 4 e R$ 6 nas 180 padarias existentes na cidade, de acordo com Sartori. “Quando o valor é menor, o que pode estar ocorrendo é uma situação de desespero por parte de alguns panificadores, que abaixam o preço do pãozinho”, acredita. Para ele, o quadro deve-se à grande concorrência em Piracicaba, aliada à qualidade dos produtos vendidos. “O consumidor hoje vê o que ele está comprando. Ele não é mais enganado quando vai comprar o pão, graças à nova sistemática de cobrança, definida por quilo”, conta Sartori. A mudança aconteceu no dia 22 de outubro de 2006, momento da entrada em vigor da portaria 146/2006 do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). O consumo do pão francês no Brasil aumenta a cada ano, segundo Sartori, com média de 33 quilos per capita. “Piracicaba possui a mesma média nacional de consumo”, afirma. A associação representa 50 padarias da cidade, que são responsáveis por 80% da produção dos pães consumidos na cidade. Hoje, um quilo de pão francês equivale a 20 unidades. Dividindo o volume pelo preço do quilo, chega-se à média de R$ 0,25 a unidade, valor cobrado no tempo da cobrança por unidade. Para a dona-de-casa Cleide Dantas Leone, do Higienópolis, a mudança não foi positiva. “O pão diminuiu de tamanho em algumas padarias e cada estabelecimento faz um preço diferenciado. Achei que ficou confuso, além da qualidade do pão ter mudado muito”, afirma. Já para a dona-de-casa Joceli Carvalho, a sistemática nova dificultou a compra do pão francês. “Antes você tinha R$ 1 e sabia quantos pães podia comprar. Hoje ficou mais difícil saber quantas unidades podem ser compradas com esse mesmo valor. Mas agora acostumei um pouco mais com o preço do pão”, afirma Joceli. Farinha – Para Rodrigo de Oliveira, proprietário da Padaria Avaré, em Piracicaba, a última compra do saco de farinha de trigo teve um pequeno acréscimo. “Antes eu comprava a saca de 50 quilos a R$ 50. Na virada deste mês, o valor foi para R$ 54”, conta. Segundo Oliveira, as mudanças nos valores ocorrem principalmente na virada de cada mês. O proprietário compra semanalmente farinha de trigo e afirma que o preço oscila a cada compra. Mesmo com o aumento, Oliveira evita reajustar o preço do quilo do pão francês. “A concorrência acaba inibindo esse aumento de valor”, afirma. Para ele, mesmo que ocorra a queda no preço da farinha, não haverá mudança no preço final do pão francês.

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