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Onda de calor no Brasil deve afetar produção de soja

Previsão mantém condição de temperaturas extremas


Foto: Dirceu Gassen

O destaque da previsão do tempo ainda segue com a atuação da intensa onda de calor no Brasil central. O fenômeno vem trazendo condições de temperaturas perto ou acima dos 40°C em diversos pontos do Centro-Oeste e Sudeste do país. Especialmente no centro-oeste, a condição é crítica, uma vez que, parte das lavouras de soja estão passando pelo estádio de florescimento. 

Essas temperaturas mais elevadas e os baixos índices de umidade que estão previstos, podem comprometer o potencial produtivo das lavouras.  Apesar dessa condição de tempo seco em grande parte do país, áreas do extremo sul e oeste da região norte, devem registrar chuvas localmente fortes. Com a ressalva da grande irregularidade das precipitações, mesmo em pequenas áreas.

Veja o mapa e a previsão regional

Região Norte: Chuvas aumentam no Amazonas, mas tempo continua seco no Tocantins
As instabilidades tropicais devem continuar ativas sobre a região e ganharem força sobre o Amazonas. As projeções indicam chuvas variando entre 25 e 40 mm de maneira pontual e isolada. Já no leste da região, como no Tocantins, o predomínio é do tempo mais seco, influenciado pela intensa massa de ar quente e seco que está atuando sobre o Brasil central.  

Região Nordeste: Tempo seco com chuvas irregulares
O predomínio do tempo na região será da massa de ar quente e seco. Contudo, as temperaturas em boa parte da região nordeste, deverão ser menores do que as registradas na parcela central do país. Além disso, os ventos úmidos do oceano, devem favorecer com a ocorrência de algumas instabilidades em setores do leste da região, com os maiores volumes previstos para os setores do SEALBA. Já no Maranhão, as instabilidades tropicais podem trazer chuvas localizadas, com volumes variando entre os 3 e 7 mm, indicando assim uma grande irregularidade das precipitações.

Região Centro-Oeste: Soja em fase crítica sofre com calor e seca no Centro-Oeste
O centro da massa de ar quente e seco está sobre a região central do país, trazendo as condições de temperaturas extremas e os baixos índices de umidade. Assim, quase todas as regiões do centro-oeste devem ter temperaturas próximas de 40°C, exceto as zonas mais ao sul e noroeste. Essas altas temperaturas virão acompanhadas de umidade relativa do ar em torno ou inferior a 20%, acentuando a demanda hídrica das plantações e aumentando o estresse causado pelo calor. Algumas plantações de soja estão em fase de floração, um período crítico para definir o rendimento da safra. Infelizmente, a combinação de calor intenso e baixa umidade está prejudicando o desenvolvimento desta cultura atualmente.

Região Sudeste: Temperaturas acima de 40°C no noroeste paulista e triângulo mineiro
As temperaturas ainda deverão ser extremas na região, especialmente no noroeste Paulista e Triângulo Mineiro. Os termômetros devem superar a casa dos 38°C  e se aproximarem dos 40°C. Essas temperaturas elevadas deverão ser acompanhadas por baixos índices de umidade o que aumenta a demanda hídrica das lavouras além de acentuar o estresse térmico. As projeções indicam a possibilidade de algumas chuvas isoladas e pontuais, mas com volumes inferiores aos 3 mm  no oeste Paulista. Nas demais áreas o tempo deve ter o predomínio de sol.

Região Sul: Temporais ao sul e intensificação no calor.
Uma frente fria deve atuar sobre o Uruguai, promovendo condições de chuvas intensas no país vizinho, que podem atravessar a fronteira sul do Rio Grande do Sul. Existe um grande potencial para temporais associados a este sistema, muito por conta da onda de calor que está atuando sobre o Brasil. Além disso, a região sul poderá enfrentar uma intensificação nas temperaturas. Isso acontece, tanto pela onda de calor, quanto pela condição conhecida como “pré-frontal”, quando o ar quente se acumula na vanguarda das chuvas. Os termômetros podem superar os 35°C na região metropolitana de Porto Alegre, Noroeste Gaúcho, Oeste e Sul Catarinense e norte do Paraná.

A análise é do meteorologista do Portal Agrolink, Gabriel Rodrigues com revisão de Aline Merladete

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