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Óleos essenciais em biopolímeros buscam segurança alimentar

O sistema foi testado contra duas bactérias



Foto: Pixabay

Prolongar a eficácia da ação antibacteriana na proteção de alimentos por meio de compostos bioativos naturais, encapsulados em estruturas moleculares e liberados sob controle – “delivery” – é um campo promissor para a indústria alimentícia. Serve para melhorar a segurança alimentar, a qualidade nutricional dos produtos e o seu nível de saúde. Todos eles, fatores-chave no chamado “consumismo verde”.

O trabalho, publicado recentemente pela revista Applied Materials & Interfaces, da American Chemical Society, apresenta o desenvolvimento de um material 'inteligente', baseado em um polímero metal-orgânico –MOF– que abriga moléculas de óleos essenciais e que, ao liberá-las, em um único, promove atividade antibacteriana prolongada.

O sistema foi testado contra duas bactérias – Escherichia coli e Listeria innocua – responsáveis por algumas intoxicações alimentares nos consumidores. Conforme descrito no artigo, o material utilizado para esse tipo de entrega é o MIL-100(Fe) e a molécula natural ativa é o carvacrol, presente na essência de orégano e tomilho. Liderado pelo Laboratório de Engenharia de Cristais (CEL) do ICMol, o trabalho conta com a colaboração do Instituto de Agroquímica e Tecnologia Alimentar (IATA-CSIC) e da Universidade de Lisboa.

Os materiais MOF permitem a captura, armazenamento e entrega controlada de moléculas ativas graças a uma configuração adequada de sua estrutura química. Esta estrutura não só protege e estabiliza a molécula ativa –neste caso o carvacrol–, mas também fornece um sistema de liberação prolongada sem precedentes que aumenta drasticamente seu efeito antimicrobiano.

"Embora o carvacrol já fosse comumente usado como aditivo alimentar para evitar a contaminação por bactérias, o interessante desse novo método de encapsulamento é que, além de ser biocompatível, permite o fornecimento prolongado da molécula armazenada e, assim, prolonga sua ação antibacteriana", comenta Mónica Giménez, pesquisadora Ramón y Cajal do Instituto de Ciências Moleculares e chefe do projeto.

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