Um grupo de 50 empresários do Oeste de Santa Catarina está investindo R$ 2 milhões na primeira indústria de soja integral desativada de Santa Catarina, própria para ração. A Famisa Alimentos inaugurou sexta-feira a unidade industrial, localizada numa área de 5,8 hectares na linha Simoneto, em Chapecó. A capacidade inicial instalada é de 240 toneladas/dia, devendo chegar a 480 toneladas/dia dentro de três meses.
A indústria recebe a soja crua, que passa por um processo de pré-cozimento a vapor, com temperaturas que variam de 60 a 140 graus centígrados. De acordo com o nutricionista Neori Magro, o processo permite eliminar enzimas anti-nutricionais, que dificultam a digestão da oleaginosa. Magro disse que a soja desativada é mais palatável, melhora a digestibilidade, a conversão alimentar e o ganho de peso dos animais. O produto pode substituir totalmente a gordura animal e o óleo de soja, além de parte do farelo de soja. Com o acréscimo de 5 a 18% do produto na ração, há uma melhora no suprimento da necessidade energética dos animais.
O presidente da Famisa Alimentos, Érico Tormen, disse que o objetivo da empresa é vender o produto para agroindústrias e fábricas de ração da região, que trazem matéria-prima de outros estados. A soja desativa atende uma exigência dos mercados europeu e japonês, que depois do episódio da vaca louca somente compram carne de animais alimentados com proteína vegetal e não animal. O produto também visa atender criações de “frango verdê”, sem o uso de promotores de crescimento. Tormen afirmou que a empresa pretende trabalhar ainda com milho, trigo e sorgo, além de produtos voltados para a alimentação humana.