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Oeste baiano colhe a melhor safra de algodão da história

Estado colheu nesta safra 1,270 milhão de toneladas de algodão (caroço e pluma)



As máquinas pararam no oeste da Bahia com o término da colheita de algodão, considerada uma supersafra. Em meados de setembro, nas áreas onde ainda restavam plantações, o trabalho foi intensificado e teve agricultor que chegou a colher no período da noite. Agora, 100% da safra da região está colhida e pronta para ser comercializada, com resultados animadores em produtividade e qualidade da fibra.

De acordo com a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), o estado colheu nesta safra 1,270 milhão de toneladas de algodão (caroço e pluma), 370 mil a mais que na última safra. Os produtores plantaram em uma área total de 263.692 mil hectares em toda a Bahia, um incremento de área de 30,77% em relação à safra passada.

A região oeste é responsável por 96% da produção de algodão da Bahia, que é o segundo maior produtor da fibra no Brasil, atrás somente do Mato Grosso. A colheita na Bahia obedece ao prazo limite do dia 20 de setembro, quando inicia o período do vazio sanitário do algodão, e, por 60 dias, os cotonicultores devem eliminar todos os restos culturais do campo para evitar a proliferação de pragas, principalmente o bicudo do algodoeiro.

Novos investimentos

O presidente da Abapa, Júlio Busato, avalia que, após quatro anos amargando resultados negativos, desde a safra passada os produtores do oeste começam a recuperar as perdas. “Em 2017, tivemos uma safra muito boa e este ano acabou sendo a melhor da história. Isso é muito bom e vem em um bom momento para que os produtores possam sanar dívidas do passado e pensar em novos investimentos como máquinas e sementes, por exemplo.”

Busato acrescenta que os resultados são creditados às chuvas regulares e ao trabalho consistente desenvolvido em campo no combate a pragas, por meio do programa fitossanitário da Abapa. A produtividade média das lavouras é considerada recorde pela segunda safra consecutiva, acima das 322 arrobas/hectare.

Outro ponto destacado por Busato é a contrapartida que uma safra de excelência, aliada ao trabalho sério dos produtores, deixa para o estado. “Os 263 mil hectares cultivados este ano contribuíram com R$ 4 bilhões do Valor Bruto da Produção (VPB), isso sem falar nos 40 mil empregos gerados direta e indiretamente pela cadeia produtiva do algodão.”

Com a previsão da regularidade do ciclo de chuvas e da cotação do mercado, a próxima safra de algodão já prevê um crescimento de área, saindo dos 263,6 para 330 mil hectares, em um incremento de 25,5%. A expectativa é que gradualmente, nas três próximas safras, a região possa retornar à capacidade instalada para a produção da fibra, que era de 400 mil hectares, antes da crise de chuvas e de pragas que reduziram a produtividade, gerando descapitalização e o aumento do endividamento dos produtores. A atual safra de algodão da Bahia deve abastecer principalmente a indústria têxtil brasileira, sendo o restante dela, cerca de 40%, destinada para o mercado externo para os países asiáticos.

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