Ocorre hoje em Porto Alegre debate sobre comercialização de trigo

Fornecer informações que permitam a produtores, moageiras e panificadoras decidir com segurança sobre o melhor momento de vender e comprar o trigo que, no Rio Grande do Sul, começa a ser colhido em um mês, é o objetivo do 8° Encontro sobre Comercialização no Trigo Nacional. O evento acontece hoje à tarde, no Plenário Mercosul, na Federação das Indústrias do RS (Fiergs), em Porto Alegre. Pela manhã, haverá reunião da Câmara Setorial, quando a indústria fará reivindicações. Mesmo com a previsão de colheita de 2,1 milhões de toneladas no Estado, feita pela Emater/RS, o Sinditrigo acredita em preços estáveis durante a safra. De acordo com o presidente do Sinditrigo, Rogério Tondo, colabora para essa projeção a redução da oferta mundial, especialmente no Leste Europeu que, em 2002, ofertou muito no Brasil. Tondo alerta, entretanto, para a importância do trabalho estratégico da cadeia produtiva para evitar pressão nos preços. Uma das preocupações, na avaliação do dirigente, é com a entrada no mercado da nova produção argentina, calculada em 15 milhões de toneladas, que somada ao estoque de passagem recorde naquele país, chegará a 17 milhões de toneladas. Durante a 26ª edição da Expointer, encerrada domingo em Esteio, o setor produtivo esteve reunido com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, pedindo mecanismos para sustentação de preços. Atualmente, com mercado paralisado, a cotação é de R$ 400,00 a tonelada, mesmo valor do preço minímo. O presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do RS (Fecoagro), Rui Polidoro Pinto, espera que, além dos tradicionais mecanismos - PEP, EGF e contrato de opção -, o governo federal ofereça a LEC, com base em cotações de mercado. O dirigente acredita que a grande maioria dos produtores rurais está capitalizada, o que permitirá administrar a comercialização da safra, obtendo melhores preços.