O Brasil poderá registrar superávit recorde na balança comercial do agronegócio. As novas projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento indicam um crescimento de 18,2% na diferença entre as exportações e importações. As estimativa são de que País registrará este ano saldo de US$ 24 bilhões, US$ 3,7 bilhões a mais ao alcançado em 2002.
O bom desempenho se deve ao crescimento de 15,5% nas vendas externas do agribusiness, que vão somar US$ 28,7 bilhões, de acordo com a projeção revista pelos técnicos do governo. As estimativas consideram os valores da supersafra de grão, que totalizará 115,2 milhões de toneladas. Apenas as exportações do complexo soja (grão, farelo e óleo) podem contribuir com mais US$ 2 bilhões na receita cambial em 2003.
As projeções também consideram o bom desempenho do setor, que nos primeiros cinco meses do ano acumulou vendas externas de US$ 11 bilhões, 38% superior ao mesmo período do ano passado. A maior receita cambial é resultado de um aumento de 33% no volume exportado e de uma recuperação de 4% dos preços das commodities. O menor crescimento das importações também explica o superávit do agronegócio. As estimativas apontam para uma compra de US$ 4,65 bilhões, uma variação de 3,5% em relação a 2002.
Em Paris, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirmou que esse superávit é resultado da incorporação de tecnologia, de novas formas de gerência e da modernização das cooperativas e das associações de produtores rurais.
Em maio, as exportações também foram recordes, totalizando US$ 2,81 bilhões, um crescimento de 63,1% sobre o mesmo período de 2002. A participação dos produtos do agronegócio representou 44% do total arrecadado com as vendas externas. Em maio, as importações foram de US$ 398 milhões. Mais 53,1% nas compras de trigo e queda de 64,4% nas importações de lácteos.
Como nos demais meses do ano, o complexo soja foi um dos grandes responsáveis pelo crescimento do superávit comercial. Em maio, as vendas externas cresceram 183%, com um total de US$ 1,03 bilhão. As exportações de carnes também cresceram de forma significativa, passando de US$ 187,3 milhões para US$ 255,7 milhões, aumento de 36,5%.