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O desafio de produzir sementes em duas regiões pujantes do Brasil: Mato Grosso e MATOPIBA

Assunto foi debatido durante o XXII Congresso Brasileiro de Sementes



Foto: Divulgação

Dentro da programação do XXII Congresso Brasileiro de Sementes (CBSementes 2024), no Auditório Odette Liberal, a discussão sobre os desafios na produção de sementes em duas regiões de destaque no Brasil, Mato Grosso e a chamada MATOPIBA, que abrange quatro estados: Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia ganhou força com a participação de profissionais de destaque da área.

A região do MATOPIBA tem 73 milhões de hectares, desses, 66,5 milhões estão no bioma Cerrado. 78% da produção de semente é de soja, são mais de 12 milhões de sacos.  Os números foram anunciados pela engenheira agrônoma e doutora em Ciência e Tecnologia de Sementes, Sheila Bigolin Teixeira, que atua dentro do MATOPIBA,  

em especial no oeste da Bahia e no estado do Tocantins. Segundo ela, apesar de o Nordeste ter duas estações bem definidas, uma seca e outra chuvosa, a estação de chuva, momento em que se produz a maioria das sementes, não é muito bem estabelecida. “A gente sofre muito com falta de água e excessos de temperatura ao longo do ciclo, então isso reflete no final em qualidade de sementes, em anormalidades, em grãos”, explica. A solução para essa dificuldade, segundo a Sheila, é o investimento em estrutura, planejamento e equipe.

Além disso, a qualidade das sementes deve ser monitorada, as amostragens bem feitas. Outra ação importante é a análise visual do grão. “Nunca deixar de monitorar a qualidade de perto, de forma mais correta possível em todas as etapas, no campo, na chegada da indústria, na indústria em geral, no monitoramento de armazenamento”, destaca.

A soja também tem alta produtividade no Mato Grosso. São mais de 12 milhões de hectares. Em seguida vem o milho (safrinha) com 6,9 milhões de hectares e depois o algodão com 1,44 milhões de hectares. A discussão sobre os desafios na produção de sementes nessa região foi conduzida pelo engenheiro agrônomo, doutor em Ciência e Tecnologia de Sementes pela Universidade Federal de Pelotas, Elton Hamer. “Colocamos dois cenários, o primeiro cenário de antes: o milho safrinha e o algodão. O milho safrinha vira a commodities, o algodão vira a safrinha, e nós temos toda uma abordagem nesse espaço de tempo, que não é tão grande. É uma abordagem sobre as tecnologias, as dificuldades, os gargalos que foram solicitados, e que aumentaram bastante com a segunda safra, sendo de uma importância muito grande no Mato Grosso”, explica. Ao falar sobre soluções de dificuldades, a primeira expressão utilizada por Elton foi “andar de mãos dadas com a pesquisa”, como a Embrapa, universidades e entidades de pesquisa particulares. Elton Hamer lembra que nos anos 1980 o Mato Grosso não produzia sementes. “Não tinha latitude para produzir soja, que não tinha produto adaptado, mas com a pesquisa, com convênio tudo mudou. Hoje nós temos muitos cultivares, e o produtor pode fazer escolhas”.

O painel foi moderado pela  doutora em Ciência e Tecnologia de Sementes (UFPel), assessora em Qualidade de Sementes de Soja, Maria de Fátima Zorato. 

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