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O avanço da mecanização na colheita de café conilon

Live para discutiu também os desafios da mão de obra tema foi realizada na terça (27)



Foto: Divulgação

Os desafios para conseguir mão de obra safrista e o avanço da colheita mecanizada de café conilon foram os temas de live promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, na terça (27). O debate online foi conduzido pela assessora técnica da CNA, Raquel Miranda. “A carência de mão de obra safrista em algumas regiões pode atrasar a colheita do café, comprometendo o vigor das plantas, a qualidade dos grãos e contribuindo para maior incidência de pragas e doenças”.

De acordo com Raquel, muitos produtores buscam alternativas para otimizar os trabalhos de colheita. “Entre essas soluções se destaca a mecanização, que vem sendo adaptada para a realidade da espécie conilon”, disse.

O vice-presidente da Comissão Nacional de Café da CNA, Thiago Orletti, falou da situação do Espírito Santo, maior produtor de conilon do país. Segundo ele, um conjunto de fatores impacta a disponibilidade de mão de obra na colheita de café no Estado.

“Muitas cidades do interior, a exemplo de Linhares, temos percebido uma intensificação na migração da mão de obra do campo para a cidade. E quando não colhemos o café no momento adequado, temos impacto direto na safra seguinte”.

Para Thiago, existem alternativas para o produtor não ter problemas durante a colheita de café. Ele citou o uso de tecnologias de mecanização e diferentes clones (precoce, intermediário e tardio). “O uso de clones com diferentes janelas de maturação permitem uma colheita mais escalonada”.

Durante a live, o produtor rural Cleber José Ghisolfi, gestor da Fazenda Olinda, localizada em Linhares (ES), contou sobre o momento em que precisou adquirir uma máquina colheitadeira diante da dificuldade em contratar mão de obra na região. “Eu fui obrigado a buscar uma solução. Mas primeiro tive que estudar a máquina que originalmente foi desenvolvida para o café arábica, e depois adaptá-la a minha lavoura”.

Ghisolfi explicou que, com a mecanização, conseguiu colher 98% da sua lavoura sem agredir a planta. “Consegui adequar a regulagem da máquina para cada variedade de café”.

O coordenador de Cafeicultura do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Abraão Carlos Verdin, falou sobre a relevância econômica e a representatividade da produção de café conilon no Espírito Santo. Segundo ele, atualmente são produzidas 44,8 sacas por hectare, mas há potencial para chegar a 100 ou até 150 sacas por hectare. “Temos condição de avançar muito mais”, disse.

Abrãao também destacou a importância de se desenvolver tecnologias para áreas de declive, já que 70% do café é produzido em regiões de montanha.

Por fim, Verdin explicou sobre a importância de o produtor utilizar plantas com diferentes perfis genéticos para otimizar a colheita. “O Incaper disponibiliza clones precoces, médios e tardios. Com o uso desses clones em diferentes talhões, a mão de obra seria distribuída em quatro meses de colheita, o que facilitaria a contratação de pessoas”.

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