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Novos híbridos de Helicoverpa armigera podem estar surgindo

"Há uma grande possibilidade de que novas combinações de genes adaptativos"



“A recente invasão da Helicoverpa armigera é preocupante porque há uma grande possibilidade de que novas combinações de genes adaptativos após hibridação com a Helicoverpa zea, possam ocorrer, ou melhor, estejam ocorrendo, já que estão intimamente relacionadas”. A afirmação é da Mestre em Entomologia e Doutora em Biotecnologia Cecília Czepak, que concedeu entrevista exclusiva ao Portal Agrolink e gerou esta série de reportagens.

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“Na verdade essa suspeita já existia desde o primeiro registro da Helicoverpa armigera no Brasil. Entretanto, uma simples análise molecular não possibilitaria visualizar estes híbridos, então a necessidade de análises genômicas, o que foi feito agora pelo renomado grupo de pesquisadores do CSIRO (Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization/Australia) utilizando amostras coletadas no Brasil e em outras partes do mundo”, revelou Cecilia, que também é professora titular da Escola de Agronomia da UFG (Universidade Federal de Goiás) – que foi a instituição parceira nessa pesquisa.

Ela explica que, dentro das “super-pragas”, a família Heliothinae tem grandes representantes, pois são espécies polifagas, altamente móveis para as quais a troca de traços adaptativos através da hibridação poderia afetar os cultivos agrícolas em muitas partes do mundo. Segundo ela, o trabalho teve como objetivo analisar a habilidade para hibridação dentro do gênero Helicoverpa. 

“Foi feito o sequenciamento genômico completo de amostras de seis espécies, concentrando-se, em particular, na estrutura populacional da H. armigera em relação com H. zea. Foi possível verificar em meio a muitos resultados que nas amostras brasileiras havia indivíduos híbridos provenientes dessas duas espécies”, conta a entomologista. 

“Oito tinham em grande parte, genomas de H. armigera com algum DNA introgressado de H. zea espalhada por toda parte. O nono se assemelhava a um híbrido F1, mas com fragmentos de homozigose para cada espécie parental que refletem, provavelmente uma hibridação. Os dados obtidos pelos pesquisadores apontam para o surgimento de novos ecótipos híbridos, logo chamam a atenção para a importância do monitoramento da H. armigera à medida que se espalham pelas Américas”, alerta.

Amanhã: Porque ocorreu esse hibridismo no Brasil?

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