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Novos avanços na produção de biopesticidas

Pesquisa torna mais fácil e economicamente viável a produção de biopesticida



Foto: Canva

Segundo as informações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), cientistas da Embrapa Meio Ambiente (SP) e da Universidade Federal de Goiás (UFG) fizeram uma descoberta significativa que pode revolucionar a produção de biopesticidas. A pesquisa recente identificou uma alternativa mais econômica para fornecer nitrogênio, um nutriente crucial e caro no cultivo do fungo Beauveria bassiana, amplamente utilizado em pesticidas biológicos. A equipe substituiu o tradicional e dispendioso extrato de levedura por fontes de proteínas vegetais, revelando uma abordagem mais acessível e sustentável para a produção em larga escala desse fungo entomopatogênico.

De acordo as informações da Embrapa,  nova metodologia, que utiliza fermentação líquida para a produção de blastosporos de Beauveria bassiana, demonstrou a viabilidade de fontes de nitrogênio vegetais. Essas proteínas podem ser obtidas a partir de subprodutos agroindustriais, oferecendo uma solução econômica e sustentável ao transformar materiais de baixo valor econômico em insumos valiosos para a produção de biopesticidas.

Valesca Lima, primeira autora do estudo na UFG, acredita que essa inovação irá impulsionar o desenvolvimento de biopesticidas, tornando-os mais acessíveis e ecológicos. Segundo os pesquisadores, os blastosporos cultivados com fontes de Nitrogênio vegetal mostraram resistência a estresses abióticos e eficácia superior no controle de pragas, com destaque para a farinha de semente de algodão, que proporcionou os melhores resultados em termos de equilíbrio nutricional e desempenho contra pragas.

“A utilização de nitrogênio orgânico proveniente de subprodutos agroindustriais não apenas diminui os custos operacionais da produção de fungos por fermentação líquida, uma vez que reduz a dependência de substratos nitrogenados caros, mas também contribui para a valoração desses compostos convertendo-os em biopesticidas sustentáveis. Tudo isso sem perder as características desejáveis do bioproduto, como a alta produção, virulência e tolerância a fatores abióticos”, afirma Lima.

Gabriel Mascarin, da Embrapa, destaca que a farinha de semente de algodão não apenas aumentou a produção de blastosporos, mas também melhorou a virulência contra larvas de pragas, demonstrando maior tolerância ao calor e à radiação UV-B. Em bioensaios, esses blastosporos causaram uma rápida e significativa letalidade, exigindo menores doses de inóculo para controle eficaz.

A abordagem inovadora também possibilita uma produção mais rápida, com fermentação variando de dois a três dias. Além de Beauveria bassiana, a técnica pode ser aplicada a outros fungos entomopatogênicos, ampliando o portfólio de biopesticidas disponíveis no mercado global.

Os cientistas afirmam que a utilização de subprodutos agroindustriais como fonte de nitrogênio promove práticas mais sustentáveis e se alinha com os princípios da economia circular verde. A versatilidade nutricional do fungo também favorece sua adaptação a diferentes nichos ecológicos, reforçando sua eficácia como biopesticida. “Esse avanço é essencial para a comercialização de bioprodutos de alta qualidade, com impacto positivo na saúde humana e ambiental, e representa um passo significativo na inovação de micopesticidas globais”, conclui Mascarin.

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