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Nova variedade de milho Bt combate praga de raiz

Nova tecnologia foi apresentada pela Monsanto



Monsanto lança semente com tecnologia resistente à larva alfinete; novidade é direcionada para as lavouras do Sul do Brasil

Passo Fundo - Resistente à Diabrotica speciosa, chamada popularmente de larva alfinete, praga que ataca a raiz das plantas, a nova variedade de milho VT PRO 3™ RIB da Monsanto promete controlar esses insetos invasores por meio da tecnologia Bt (Bacilus Thuringiensis). Desenvolvida especificamente para o cultivo de verão na região Sul do Brasil, a nova variedade de milho transgênico soma o controle da Diabrotica com as características já existentes na variedade VT PRO 2™, que é resistente às lagartas do cartucho, espiga, elasmo e também à broca do colmo, além de conter a tecnologia RR, que a torna tolerante ao herbicida Glifosato.


Segundo Alexandre Chaves, gerente de produtos da empresa, nessa nova variedade é adicionado pela primeira vez uma tecnologia Bt para o controle de uma praga de raiz. "Escolhemos lançar o VT PRO 3™ RIB no Sul do País porque é onde a incidência dessa praga é maior devido às condições propícias de clima e solo, que favorecem o desenvolvimento da larva", explica Chaves. Marcos Puhlmann, gerente da unidade de pesquisas da Monsanto localizada em Coxilha (RS), afirma que para obter a tecnologia foram utilizados em ensaios de pesquisa mais de 10 mil híbridos para chegar a VT PRO 3™ RIB.

Só no Paraná, de acordo com o gerente da Monsanto, mais de 400 produtores que plantam milho no verão estão testando a nova tecnologia, que já estará disponível comercialmente na safra 2014/15. O especialista da empresa explica que o Bt de raiz funciona de forma semelhante se comparado ao Bt que atua no controle das lagartas. Segundo os especialistas, quando a larva alfinete começa a consumir a raiz, a toxina destrói o interior do inseto.


Chaves salienta que a raiz é a boca da planta, conferindo a ela a função de mantê-la em pé e bem nutrida. Ele aponta que quando há uma alta incidência de larva alfinete, boa parte da raiz é comprometida, dificultando a absorção de nutrientes e deixando a planta à mercê dos efeitos nocivos do clima, a exemplo das chuvas de vento. Chaves salienta que quando um milho não tem sustentação, qualquer chuva mais forte pode derrubá-lo, comprometendo, assim, a produtividade e a qualidade da produção.

Estragos
Chaves enaltece que o clima mais frio da região Sul faz com que a larva cresça mais lentamente. Com isso, o tempo de permanência da Diabrotica no solo é maior, aumentando os estragos. "Nas condições climáticas do Sul do Brasil, por exemplo, uma praga pode ficar no solo mais ou menos uns 30 dias, sendo que em dias mais frios a permanência da larva pode variar de 35 a 40 dias", destaca. O gerente de produtos da Monsanto completa que a alta precipitação, a elevada umidade e o tipo de solo mais argiloso são fatores que mais propiciam a extensa permanência da larva alfinete nessa região.


O especialista lembra que ainda não há defensivos agrícolas que combatam as pragas de raiz. Outra dificuldade do setor, recorda Chaves, é que a Diabrotica é de difícil identificação, pois os sintomas não aparecem facilmente. "Normalmente o produtor só vai perceber que a sua lavoura foi afetada quando ocorre o acamamento das plantas", lembra. O especialista explica que é normal o milho deitar quando há um vento muito forte, mas logo ele volta. Porém, se a raiz estiver comprometida, esse milho continuará deitado.

O repórter viajou a Passo Fundo (RS) a convite da Monsanto
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