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Nova cultivar de feijão carioca é lançada em Ponta Grossa

IPR Águia se destaca pela tolerância ao escurecimento dos grãos



Foto: Pixabay

O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater) lançou na manhã desta terça-feira (21) a cultivar de feijão IPR Águia, em solenidade realizada no Polo de Pesquisas da instituição em Ponta Grossa. O IPR Águia, que tem como principal atrativo comercial a resistência ao escurecimento dos grãos, o que possibilita maior tempo de armazenamento, vem se somar a outras 10 cultivares do IDR-Paraná atualmente com sementes disponíveis no mercado e cultivadas em todas as regiões produtoras no Brasil.

Presente na solenidade, o vice-governador Darci Piana destacou em seu discurso o trabalho de desenvolvimento de novas tecnologias para a agropecuária. “A pesquisa aplicada é feita no IDR-Paraná com muita lealdade e está justificando os investimentos na área”, apontou. “Aqui tem o trabalho incansável desses pesquisadores que têm horas, dias, noites, anos buscando o equilíbrio nesse processo todo para apresentar um produto bom, com boa qualidade, que possa vender e que alimente nosso povo”.

Já o secretário de agricultura e de abastecimento do Paraná, Norberto Anacleto Ortigara, enfatizou que o escurecimento lento, principal característica da cultivar IPR Águia, chega para beneficiar o produtor. “É do estilo dos grãos rajados ganhar uma cara de velho mais rápido, o que põe no produtor a pressão de vender tão logo colha”, explicou. “Agora precisamos cada vez mais focar naquilo que é competência individual e, no conjunto do time, entregar para a sociedade novos resultados”.

“Feijão é uma cultura importante para os pequenos produtores e para o Paraná. Sempre é um momento de alegria entregar para a sociedade um produto que contribui para a renda dos agricultores e para a economia”, resumiu o diretor-presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza.

CARACTERÍSTICA — A característica de maior destaque na nova cultivar do grupo comercial carioca desenvolvida pelo IDR-Paraná é a tolerância ao escurecimento dos grãos. Leva cerca de nove meses até que os grãos de IPR Águia comecem a ficar com aquele aspecto oxidado que desagrada o brasileiro consumidor de feijão.

Esse atributo, uma reivindicação de toda a cadeia produtiva, é particularmente importante para os agricultores, pois possibilita estocar a produção e ganhar mais autonomia para decidir sobre a venda, de acordo com o engenheiro-agrônomo José dos Santos Neto, que trabalhou no desenvolvimento da nova cultivar.

IPR Águia tem ciclo de 88 dias, potencial produtivo em torno 4,8 toneladas por hectare e porte ereto, o que favorece a colheita mecânica direta. No aspecto fitossanitário, é resistente à ferrugem, oídio e mosaico comum; e moderadamente resistente à antracnose, crestamento bacteriano comum, murcha de curtobacterium e mancha angular.

Com alto teor de proteínas, os grãos de IPR Águia têm cozimento rápido, com caldo consistente e saboroso. “IPR Águia é uma cultivar que propicia segurança para o produtor, qualidade para a indústria e, ainda, cozimento rápido e sabor para o consumidor”, concluiu Santos Neto.

A nova cultivar é adaptada aos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso.

PÁSSAROS - As cultivares lançada pelo IDR-Paraná levam nomes de pássaros. Além de homenagearem os "semeadores da natureza", as variedades têm características que lembram as aves que lhe dão o nome.

O IPR Garça é uma variedade de feijão branco. O IPR Urutau é resistente a diferentes climas, assim como a ave que se mimetiza ao ambiente em que está.  Já o IPR Uirapuru é uma cultivar muito resistente ao calor.

Também há as cultivares Tangará, Curió, Sabiá, Tuiuiú e Nhambu. Além da cultivar IPR Campos Gerais. A próxima a ser lançada é a IPR Cardeal, de grãos vermelhos, desenvolvida para o segmento de exportação, particularmente a indústria de enlatados e conservas.

PRODUÇÃO — O Paraná é o maior produtor de feijão no Brasil, tendo colhido 758 mil toneladas do grão em 2022. Para este ano, a previsão é de algo em torno de 793 mil toneladas.

As cultivares do IDR-Paraná, são adotadas por produtores de todas as regiões produtoras do país. Na safra 2022, 63% dos campos de multiplicação de sementes de feijão preto e 14% de carioca no Brasil eram cultivares IPR.

PRESENÇA — Participaram do evento o vice-prefeito de Ponta Grossa, Capitão Saulo; o prefeito de Ipiranga, Douglas Cruz; o prefeito de Tibagi, Artur Butina; o diretor-presidente da Ceasa (Centrais de Abastecimento do Paraná), Eder Bulblitz; Rafael Fuentes Llanillo, diretor de integração do IDR-Paraná; Tenente-Coronel Ginoti, comandante do Primeiro Batalhão da Polícia Militar em Ponta Grossa; o comandante do 2º Grupamento de Bombeiros de Ponta Grossa, Tenente-Coronel Guimarães; Pastor Ezequiel, vereador em Ponta Grossa; Clodomir Luiz Ascari, representante do Crea-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná); além de pesquisadores, técnicos e lideranças políticas e do agronegócio da região.

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