Nada parece evitar alta do açúcar

Na última semana, o mercado de açúcar presenciou uma importante transição do contrato de julho para outubro. Apesar de uma entrega robusta em julho, os preços do açúcar romperam a resistência, alcançando um patamar superior a 20 c/lb, impulsionados pela antecipação do relatório da Unica.

A ausência de chuvas gerou um aumento no pessimismo quanto ao mix de açúcar, com expectativa de um mix de 49,5%, moagem de 48 milhões de toneladas (Mt) e Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) variando entre 132 e 135 kg/t. A seca e a piora na qualidade da cana ameaçam manter o mix abaixo de 51% até o fim da temporada.

Surpreendendo o mercado, o relatório da Unica confirmou um mix de apenas 49,7%, mas trouxe números superiores às expectativas, com uma moagem de quase 49 Mt na primeira quinzena de junho. Inicialmente, os preços do açúcar perderam força, mas registraram ganhos significativos no último pregão do contrato de julho. A situação reforça as preocupações sobre a sustentabilidade da produção e o impacto climático no setor sucroalcooleiro, deixando os produtores atentos às variações climáticas e de mercado.

Preocupações persistem quanto à qualidade da cana, que pode impedir um mix de açúcar superior a 51% ao longo da safra, potencialmente reduzindo a produção do adoçante no Centro-Sul de 41,5 para 41 Mt. Mesmo assim, o rendimento total de cana por hectare (TCH) continua alto, alcançando 89,35 t/ha.

As condições climáticas adversas e a qualidade da cana são fatores cruciais que continuarão influenciando o mercado nas próximas semanas. O comportamento dos preços e a resposta das usinas às condições de seca serão determinantes para definir o equilíbrio entre a oferta e a demanda de açúcar no mercado global.