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Monsanto solicita ao governo que libere o mais breve possível herbicida para soja transgênica



A multinacional Monsanto, que fabrica o herbicida glifosato utilizado nas lavouras da soja transgênica RoundUp Ready (RR), divulgou, nesta sexta-feira (10-10), nota à imprensa destacando que aguarda o mais breve possível o registro do governo brasileiro para o uso do glifosato em lavouras de soja. A empresa justifica o uso deste agrotóxico em decorrência da liberação, no mês passado, da soja modificada geneticamente por parte do governo. A nota enfatiza que o Brasil deve adotar uma regulamentação definitiva sobre o assunto, assim como já acontece em países onde a soja transgênica, associada à aplicação deste herbicida, é adotada.

A Monsanto deu entrada com o pedido de registro de seu herbicida nos ministérios da Agricultura, da Saúde e do Meio Ambiente em junho de 1998, porém o processo continua em andamento entre os órgãos componentes do Comitê Técnico de Assessoramento para Agrotóxico (CTA). Segundo o diretor de Desenvolvimento de Produto da multinacional, Ricardo Miranda, no Brasil não há nenhum registro de glifosato para ser aplicado na cultura da soja. “Estamos tentando agilizar esse processo porque o produtor já vem adotando, de maneira ilegal, o glifosato nas lavouras de soja RR contrabandeadas da Argentina. E agora, com a liberação do plantio, estamos pleiteando a legalização do herbicida para uso emergencial”, afirmou.

O glifosato já é registrado para uso pré-emergente em várias culturas, ou seja, antes de as sementes da lavoura brotarem. Mas para uso emergencial foi proibido pelo CTA na quinta-feira (09-10). No caso do cultivo da soja geneticamente modificada, segundo a Monsanto, o produto também é aplicado quando a planta já nasceu, contudo é preciso ter o registro das autoridades competentes para esse uso específico. Conforme a multinacional, o herbicida é fundamental para controlar plantas daninhas que disputam umidade e nutrientes do solo com as plantações, contribuindo para a queda de produtividade agrícola.

O Ministério da Agricultura divulgou uma nota no final da tarde desta sexta informando que há 26 produtos a base de glifosato registrados que podem ser utilizados no pré-plantio ou sobre ervas daninhas. Entretanto, o ministério alerta que é proibido aplicar o agroquímico sob a planta depois da soja já ter brotado. De acordo com o coordenador de fiscalização do CTA, Julio Sérgio de Britto, “o produtor poderá plantar a soja transgênica conforme estabeleceu a MP 131, mas não poderá fazer uso de produto a base de glifosato em pós-emergência da lavoura”, explicou.

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