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Monitorar doenças da cultura do trigo reduz custos



Graças ao monitoramento de doenças da cultura do trigo é possível reduzir a média de duas a três aplicações de fungicidas no controle de oídio e ferrugem da folha para a média inferior a uma aplicação, proporcionando a diminuição dos custos de produção e viabilizando economicamente a safra de inverno. Este resultado está sendo obtido na unidade de observação instalada desde 2001 no sítio São José, de Cláudio D’Agostini comunidade do km 21, e servirá de atrativo técnico durante realização da 10.ª Expotécnica. O evento será realizado de 7 a 8 de agosto, em Sabáudia, numa promoção do Governo do Paraná, Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Emater-Paraná, Paraná 12 Meses, Embrapa, Iapar, Prefeitura Municipal de Sabáudia e Corol.

A maioria dos 320 produtores rurais que cultivam mais de 10 mil hectares de trigo nos municípios de Sabáudia e Arapongas fazia controle das doenças sem critério técnico, não observando os cultivos anteriores de verão. Ao observar que as variedades de trigo utilizadas naquela região e a falta de parâmetros em identificar o momento certo da aplicação de fungicida, o engenheiro agrônomo Antônio Bodnar, extensionista da Emater-Paraná de Arapongas decidiu, na safra 2001, instalar o experimento. A escolha do local recaiu sobre o sítio São José pela localização geográfica estratégica, representatividade climática e por ser sede referencial da difusão de tecnologia do plantio direto na palha, pela realização anual da Expotécnica.

Com as parcerias firmadas com a Embrapa, Iapar, Coodetec e OR para garantir o fornecimento dos materiais de cultivo, e a Bayer disponibilizando produtos para o tratamento das sementes, fungicidas controladores de oídio e da ferrugem da folha, aplicador e equipamento de pulverização, Antonio Bodnar instalou os canteiros experimentais fazendo uso de 21 cultivares de trigo, incluindo aqueles preferenciais adotados pelos produtores rurais da região.

Foi estabelecido também o método de monitoramento durante o ciclo do trigo a partir do perfilho até a fase de grão leitoso, fazendo vistorias nas parcelas cultivadas de duas a três vezes semanais e avaliando o limiar de ataque das doenças para estabelecer o momento adequado e necessário da aplicação do fungicida. Só era recomendado o uso de fungicida quando era encontrada uma incidência de 15 a 20% de oídio e de 10 a 15% de ferrugem da folha.

Na safra 2002 o experimento foi repetido, testando 21 materiais, tendo como resultado o não aparecimento das duas doenças em cinco materiais. Em dois materiais as doenças apareceram sem necessidade de controle. E os restantes 14 receberam apenas uma aplicação. O extensionista Antônio Bodnar, que repete novamente o experimento nesta safra de 2003, conclui que pelas condições climáticas daquela região é possível reduzir o número de aplicações de fungicidas na cultura do trigo, para o controle de oídio e ferrugem da folha. "Desde que o produtor rural, junto com seu agrônomo, monitore a lavoura, acompanhando a evolução das doenças e efetue o controle somente quando atingir os níveis de dano econômico, estabelecidos nos limiares", ressalva.

A média de produtividade das lavouras de Sabáudia e Arapongas é de 80 sacas por alqueire. Os custos de produção do trigo giram em torno de 55 a 60 sacas por alqueire. O componente controle de doenças com uma aplicação é de aproximadamente seis sacas de trigo por alqueire. Como a comercialização é feita no final da safra por preços mais baixos, a margem de lucratividade é pequena e pode cair mais ainda se a produtividade for baixa.

Assim, garante Bodenar, a saída é a redução dos custos para aumentar a renda, racionalizando onde der e neste caso, sair da média de 18 sacas gastas por alqueire nas tradicionais três aplicações para a média de uma aplicação, dando viabilidade econômica do cultivo do trigo como gramínea de inverno na rotação de cultura, fundamental para preservar a fertilidade dos solos que adotam o sistema de plantio direto na palha.

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