Milho pode continuar em queda no curto prazo
Brasil se aproxima da segunda maior safra de milho da história
Segundo a Análise do Especialista divulgada pela Grão Direto nesta segunda-feira (25), na última semana, o Departamento norte-americano reportou volumes de vendas de milho, principalmente para o México, Japão e Colômbia. Apesar da continuidade do movimento de alta do preço da arroba do boi gordo no Brasil, a demanda vem demonstrando fraqueza diante da chegada do final de ano.
O Brasil deve alcançar a segunda maior safra de milho da história, com uma produção estimada em 120 milhões de toneladas, segundo projeções da Conab. Esse volume robusto exerce pressão sobre as cotações devido à elevada oferta. Contudo, o consumo interno em alta, especialmente impulsionado pela produção de etanol, tem desempenhado papel essencial na sustentação dos preços.
De acordo com a análise, nesta safra, o consumo interno deve crescer cerca de 3%, alcançando 87 milhões de toneladas, segundo a Conab. Um dos principais vetores desse crescimento é a produção de etanol à base de milho, que se consolida como uma alternativa sustentável e economicamente viável.
A União Nacional do Etanol de Milho (UNEM) prevê que a demanda pelo grão na safra 2024/25 chegue a 17,7 milhões de toneladas, um aumento de 21% em relação à safra anterior. A produção de etanol deve saltar de 6,3 bilhões para 8 bilhões de litros, um avanço que contribui para a valorização das cotações e cria novas oportunidades para os produtores brasileiros.
Apesar do crescimento do consumo doméstico, o estoque final deve ser maior do que o do ano passado, mas ainda ficará abaixo da média dos últimos sete anos. Se houver uma redução na área plantada de milho, movimentos de alta nas cotações poderão ocorrer no mercado brasileiro.
No mercado internacional, as cotações do milho apresentaram volatilidade. O contrato dezembro/24 cotado em Chicago registrou uma semana de indecisão, com preços de abertura e fechamento próximos.
Cenário de alta: Superação de US$ 4,28/bushel pode levar os preços a US$ 4,32, US$ 4,36 e US$ 4,43/bushel.
Cenário de baixa: Caso o preço perca o patamar de US$ 4,22/bushel, os alvos de queda podem chegar a US$ 4,10 ou até US$ 4,02/bushel.
No Brasil, as cotações podem continuar em queda no curto prazo, com o preço atingindo a região de R$ 70,00 na B3, impactando também o mercado físico em diversas regiões, conforme a análise da Grão Direto.