Milho em queda: exportações brasileiras e produção reduzida sinalizam tempestade no setor
Combinação de fatores reflete cenário de incerteza para o mercado de milho no Brasil
O mercado de milho no Brasil enfrenta um cenário desafiador, conforme planejado pela análise de mercado da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA). Apesar de uma leve recuperação nos preços médios em algumas regiões, a produção e as exportações continuam em queda significativa em relação ao ano anterior.
No Rio Grande do Sul, os preços médios foram encerrados por semana em R$ 57,20 por saco, enquanto em outras regiões do país, o milho é negociado entre R$ 39,00 e R$ 59,00 por saco. No entanto, o panorama nacional está marcado por uma queda nas exportações e na produção.
De acordo com o Pátria AgroNegócios, a colheita da safrinha brasileira já atingiu 87,3% da área total, superando a média dos últimos cinco anos, que foi de 69,8%. No Centro-Sul, a AgRural relatou que 95% da área já estava colhida até o início de agosto. No Mato Grosso, a colheita está finalizada, com um aumento de 6,06% no consumo de milho, impulsionado principalmente pelas usinas de etanol, que representam 73,7% do consumo interno do estado. Mesmo assim, a demanda total no Mato Grosso caiu 6,2% em comparação à safra 2022/23.
O Mato Grosso do Sul também enfrenta desafios significativos, com uma produção reduzida de 11,5 milhões para 9,3 milhões de toneladas devido à baixa produtividade causada pela falta de chuvas. A produtividade média caiu para 69,8 sacos por hectare, uma retração de 30,7%.
No que diz respeito às exportações, a Secex relatou que, nos 23 dias úteis de julho, o Brasil embarcou 3,6 milhões de toneladas, número inferior ao mesmo período do ano passado, quando foram embarcadas 4,2 milhões de toneladas. Para agosto, a expectativa é de que as exportações alcancem 6,29 milhões de toneladas, ainda assim, quase 3 milhões de toneladas abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
Segundo o CEEMA, essa combinação de fatores reflete um cenário de incerteza para o mercado de milho no Brasil, com impactos na cadeia produtiva e nos preços praticados no mercado interno.