Milho em alta: Preços aumentam com quebra de safra
Produção nacional, segundo estimativas do USDA, deverá alcançar 126 milhões de tonela
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Os preços do milho no Brasil apresentaram tendência de alta na primeira quinzena de fevereiro de 2025, com valores mais elevados em diversas regiões do país, segundo dados da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA). No Rio Grande do Sul, os preços se mantiveram estáveis, fechando a semana em R$ 67,63/saco, ligeiramente acima dos R$ 67,00 registrados em meados de dezembro. Já em outras praças do Brasil, os preços do milho subiram para a faixa entre R$ 60,00 e R$ 75,00/saco, contra R$ 58,00 e R$ 69,00/saco no final de 2024.
Esse comportamento no mercado nacional pode ser explicado pela quebra parcial da safra de verão no sul do Brasil, juntamente com uma demanda sustentada. A expectativa para a safra brasileira de milho de verão está em torno de 20 a 22 milhões de toneladas, bem abaixo dos 26 a 28 milhões inicialmente previstos. A produção nacional, segundo estimativas do USDA, deverá alcançar 126 milhões de toneladas, um aumento em relação aos 122 milhões de toneladas do ano passado, mas abaixo dos 137 milhões registrados dois anos antes. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta uma safra menor, ao redor de 119 milhões de toneladas, com riscos de uma produção ainda mais baixa dependendo do impacto da seca no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Além disso, o atraso na colheita da soja no Centro-Oeste, causado pelas chuvas, está dificultando o avanço do plantio da safrinha de milho, que, até esta semana, estava com apenas 23,5% da área projetada plantada. No mesmo período de 2024, esse índice era de 42,1%, e a média histórica gira em torno de 36,1%. Esse cenário tem afastado os vendedores do mercado livre, que aguardam novas altas nos preços. Segundo dados do Cepea/Esalq, a prioridade dos produtores tem sido a colheita e a entrega de soja, o que tem deixado as vendas de milho em segundo plano e gerado alta nos custos de frete. Por outro lado, os consumidores demonstram interesse em adquirir novos lotes, mas enfrentam dificuldades diante dos preços mais altos pedidos pelos vendedores.