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Milho disputa espaço com a soja

Início da safra vem sendo impactado pelo clima


Foto: Pixabay

O início da safra de milho primeira safra, na temporada 23/24 foi fortemente influenciada pelas condições climáticas, desde os excessos de chuvas na região sul, assim como as precipitações mais irregulares no centro-norte do Brasil. O último boletim do acompanhamento de safra da Conab traz o levantamento dessas condições para cada um dos estados produtores.

Em Minas Gerais, a retomada do plantio, impulsionada pelas recentes precipitações, mesmo assim as operações ocorrem com atraso em comparação ao ciclo anterior. Este atraso, juntamente com os desafios impostos pelas altas temperaturas e baixa umidade do solo no início do ciclo, sugere um potencial impacto negativo na produtividade das culturas. 

No estado de São Paulo, observa-se uma situação semelhante com um atraso no plantio em relação ao ciclo passado. Este atraso pode ser atribuído a fatores climáticos adversos, que têm consequências diretas sobre o calendário agrícola e a janela de plantio ideal para as culturas.

No Paraná, as condições mais secas recentes facilitaram a execução dos tratos culturais e as operações de plantio. Já em Santa Catarina, a preferência pelo plantio de soja em detrimento ao milho é notável. Contudo, o desenvolvimento das lavouras tem sido afetado pelo excesso de chuvas, que pode prejudicar processos fundamentais como a fotossíntese. Além disso, o excesso de umidade pode favorecer a ocorrência de doenças fúngicas e outros problemas fitossanitários, demandando atenção e manejo específicos por parte dos produtores.

No Rio Grande do Sul, o cenário é desafiador com as precipitações frequentes e a alta umidade do solo interferindo nas operações de colheita e nos tratos culturais. O bom suprimento hídrico, apesar de benéfico em termos de disponibilidade de água, traz consigo o risco aumentado de doenças, uma preocupação constante para os produtores da região.

Na Bahia, as chuvas recentes possibilitaram a semeadura na região Oeste, mostrando como a precipitação oportuna pode ser crucial para o início do ciclo agrícola.

Finalmente, no Maranhão, especialmente na região de Balsas, o plantio foi iniciado, marcando o começo de mais um ciclo agrícola. A região, conhecida por sua importância na produção agrícola, especialmente de soja e milho, entra em um período crítico de desenvolvimento das culturas.

"Uma das principais características das lavouras de milho no Brasil é a sua grande variação dos estádios fenológicos em cada um dos estados do país. Mesmo ainda avançando na semeadura (55% da área estimada), parte dessas lavouras já estão em enchimento de grãos, caminhando para a maturação. Contudo, vale ressaltar também, que 5 dos 9 estados monitorados, estão com a semeadura atrasada em relação à safra 22/23", analisa o meteorologista Gabriel Rodrigues.

No Maranhão, observamos um avanço significativo nas operações de plantio, passando de 0.0% na semana passada para 2.0% na semana atual. Comparando com os 3.0% do mesmo período da safra anterior, o estado está ligeiramente atrasado.

No Piauí, o progresso do plantio foi de 0.0% na semana anterior para 1.0% na semana atual. Este é um avanço inicial, visto que no mesmo período da safra anterior, o plantio ainda não havia começado.

Na Bahia, houve um salto expressivo de 12.0% na semana passada para 35.0% na semana atual. Esse aumento ainda deixa o estado atrasado em comparação com os 55.0% do mesmo período do ano passado.

Em Goiás, o progresso foi de 2.0% na semana passada para 10.0% na semana atual, indicando um avanço, mas ainda muito atrasado em relação aos 62.0% do ciclo anterior.

Minas Gerais mostrou um aumento de 50.4% para 59.7%, seguindo um ritmo normal de progresso, mas ainda abaixo dos 83.0% da safra passada.

São Paulo teve um avanço de 50.0% para 60.0%, um progresso significativo, porém ainda atrasado em comparação com a marca de 100.0% do ano anterior.

No Paraná, o progresso manteve-se estável em 98.0%, alinhado com a safra anterior, indicando um desenvolvimento muito adiantado.

Em Santa Catarina, houve um leve aumento de 95.0% para 96.0%, mantendo-se praticamente no mesmo ritmo da safra passada de 96.3%, caracterizando um progresso normal.

No Rio Grande do Sul, o percentual de progresso permaneceu em 80.0%, igual à semana passada, mas atrasado em comparação aos 86.0% do ciclo anterior.

Considerando os nove estados juntos, o progresso geral da safra avançou de 49.0% para 55.0%. Este aumento reflete uma melhoria, mas ainda representa um atraso em relação aos 68.6% do mesmo período da safra passada.

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