Milho: é melhor fixar preços
A consultoria recomenda que produtores que fixaram preços na B3 no final de dezembro
A TF Agroeconômica destacou que, apesar das especulações sobre o atraso no plantio da segunda safra de milho no Brasil, as chuvas podem compensar parcialmente esse atraso, resultando em uma colheita entre 122 e 123 milhões de toneladas (MT), acima da estimativa da Conab de 119,55 MT. Com isso, as indústrias locais estão se adiantando na compra do cereal para junho de 2025, pagando preços mais altos do que os oferecidos pela exportação, o que pode indicar uma tendência de alta nos preços.
A consultoria recomenda que produtores que fixaram preços na B3 no final de dezembro já garantiram ganhos de aproximadamente R$ 5,70/saca em relação ao preço atual. No entanto, quem fixar hoje ainda pode obter lucro de 8,44%, um patamar relevante para o milho. A recomendação é evitar esperar pela colheita, quando os preços podem cair para níveis próximos ao prejuízo.
Entre os fatores de alta, destacam-se o clima quente e seco em áreas agrícolas da Argentina e o atraso no plantio da safrinha no Brasil devido ao atraso na colheita da soja. Além disso, os bons preços do etanol e do boi gordo sustentam uma valorização do milho. Por outro lado, fatores de baixa incluem a imposição de tarifas pelos EUA sobre produtos do México, Canadá e China, que podem gerar retaliações comerciais, e a queda nos preços do frango e do suíno no Brasil, reduzindo a demanda pelo grão.
Além disso, os preços pagos pelas indústrias de carnes no mercado interno estão mais altos do que os oferecidos pelos exportadores, limitando novas valorizações. As indústrias estão ofertando prêmios de 70 cents/bushel para cobrir estoques em junho e julho, enquanto os exportadores pagam no máximo 30 cents/bushel para embarques em Santos, o que pode influenciar a dinâmica do mercado nos próximos meses.