México: produção de trigo registra queda de 25% devido à seca prolongada
Produção cai para 2,6 milhões de toneladas
De acordo com a estimativa do relatório World Agricultural Production (WAP) de outubro, publicado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção de trigo no México para o ano de comercialização 2024/25 deverá atingir 2,6 milhões de toneladas métricas (mmt). O volume representa uma queda de 200 mil toneladas em relação ao mês anterior, uma redução de 25% em comparação ao ano passado, e está 22% abaixo da média dos últimos cinco anos. Este é o nível mais baixo de produção de trigo no México em duas décadas, desde o ano comercial de 2004/05, devido às severas condições de seca nas principais regiões produtoras de trigo de inverno.
O rendimento de trigo no país é estimado em 5,65 toneladas por hectare (t/ha), uma queda de 3% em relação ao mês anterior e de 9% em comparação ao ano passado. A área colhida também registrou um recorde negativo, sendo estimada em 460 mil hectares, 4% abaixo do mês anterior, 18% inferior ao ano passado e 19% abaixo da média de cinco anos.
No México, o trigo é cultivado majoritariamente na estação de outono/inverno, que responde por 96% da produção total. A cultura depende quase exclusivamente de irrigação para o desenvolvimento, mas os níveis de água nos reservatórios das regiões produtoras de Sonora e Sinaloa atingiram recordes negativos devido à seca prolongada, limitando drasticamente a irrigação. As autoridades estaduais autorizaram os agricultores a irrigar apenas três vezes durante a temporada, o que resultou na forte queda da produção. A colheita do trigo de inverno foi concluída em julho de 2024, e, segundo dados preliminares do Serviço de Informações Agroalimentares e Pesqueiras do México (SIAP), a produção foi de 2,53 mmt, uma redução de 25% em comparação ao ano passado.
A produção de trigo em Sonora foi 21% menor do que no ano anterior, com rendimento de 6,26 toneladas por hectare, 16% abaixo da safra anterior, devido às temperaturas recordes e à baixa umidade do solo. As últimas estimativas de colheita indicam que 114.200 hectares de trigo de inverno foram colhidos, 18% abaixo da safra do ano passado, que havia registrado altos rendimentos antes do início da seca prolongada.
Os níveis de água nos principais reservatórios que atendem às áreas agrícolas de trigo atingiram recordes mínimos durante a estação de cultivo, de acordo com o sistema de monitoramento da Comissão Nacional de Águas do México (CONAGUA). A Represa Adolfo Ruiz Cortines, na bacia hidrográfica do Rio Mayo, começou a recuperar seu nível de água no início de julho, atingindo 250 hectômetros cúbicos (hm³) no final de setembro. Já o Reservatório El Novillo atingiu seu pico de 787 hm³ no início de setembro após um período de declínio, enquanto o Reservatório Oviachic apresentou recuperação mais lenta, mas começou a recarregar gradualmente a partir de agosto.
A área colhida de trigo de primavera para este ano deve ser maior que os 53 mil hectares registrados no ano passado, porém a produção está prevista para ser inferior às 103 mil toneladas de 2023, de acordo com o SIAP. O plantio de trigo de primavera no México, que é predominantemente de sequeiro e responde por apenas 4% da produção total, ocorreu entre junho e agosto, e os relatórios sobre o progresso dessa safra ainda estão incompletos.