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Método promete revolucionar produção de vinhos tintos no Brasil

Método inovador revela segredos do amadurecimento da uva



Foto: Pixabay

Um avanço científico recente se destaca ao prometer transformar a produção de vinhos tintos no Brasil, permitindo uma colheita mais precisa das uvas destinadas à elaboração dessas bebidas, conforme informações da Embrapa. Esse método inovador, desenvolvido por pesquisadores brasileiros e espanhóis, emprega a cromatografia líquida bidimensional abrangente para estudar a evolução das antocianinas nas uvas durante seu amadurecimento, oferecendo informações cruciais para a determinação do momento ideal da colheita.

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As antocianinas, compostos fenólicos presentes principalmente em vegetais e frutas, desempenham múltiplas funções, proporcionando cor, aroma e estabilidade aos alimentos. No contexto dos vinhos tintos, são responsáveis pela coloração característica da bebida e são considerados essenciais para sua qualidade, influenciando propriedades sensoriais como sabor, adstringência e amargor. Além disso, possuem propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, cardioprotetoras e anti-hipertensivas, trazendo benefícios adicionais para a saúde dos consumidores.

Uma pesquisa realizada com uvas Malbec no vinhedo da vinícola Vale das Colinas, em Garanhuns (PE), revelou tendências na concentração de antocianinas durante o tempo de maturação. Conforme o estudo, esse tipo de ocorrência consiste no auge na sexta semana após o início da maturação e, posteriormente, sofre redução. Essa descoberta oferece dados importantes aos viticultores para determinar o momento ideal da colheita, envolvendo a produção de vinhos tintos de alta qualidade.

O professor da Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE), Mairon Moura da Silva, liderou a seleção das uvas estudadas, reconhecidas por sua produtividade e adaptação à região. Localizada em um clima tropical de altitude, a cidade de Garanhuns está ganhando destaque como uma região vitivinícola em ascensão.

A vinícola Vale das Colinas, inaugurada em 2018 e ocupando um terreno de 3,5 hectares, não cultiva apenas uvas Malbec, mas também abriga variedades como Muscat Petit Grain e Cabernet Sauvignon. A escolha da cultivar Malbec, foco do estudo, baseou-se em pesquisas anteriores realizadas pela Embrapa Semiárido (PE) e UFAPE.

O processo de maturação da uva envolve uma série complexa de reações bioquímicas, incluindo a evolução de metabólitos secundários, como os compostos fenólicos. Esses metabólitos desempenham um papel fundamental na maturação das uvas e, consequentemente, na qualidade final do vinho.

A diversidade dos compostos fenólicos nas uvas é notavelmente ampla, abrangendo diversas categorias com características bioquímicas e benefícios específicos. O estudo detalhado desses compostos durante a maturação das uvas é um campo em ascensão na pesquisa científica, oferecendo informações valiosas não apenas para melhorar a qualidade dos vinhos, mas também para entender os potenciais benefícios à saúde humana.

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