Diante da confirmação da guerra no Iraque, o mercado russo surge como alternativa para o frango que não puder ser exportado ao Oriente Médio, tradicionalmente um dos maiores mercados para o produto brasileiro. A mudança no direcionamento de mercados poderá ocorrer caso a Rússia deixe de comprar aves dos Estados Unidos – atual maior fornecedor daquele país – e passe a importar mais frangos do Brasil, em represália aos ataques norte-americanos no Iraque, segundo o presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA), Zoé Silveira d‘Avila.
Embora a direção da UBA não aposte em alterações imediatas no ritmo dos embarques, o cenário mundial aponta para uma mudança geral nos negócios no mercado internacional. Mas, segundo informações de autoridades russas à imprensa internacional, “o ataque liderado por Washington contra o Iraque é um erro trágico que pode vir a prejudicar as relações dos Estados Unidos com outros países, incluindo o nosso”.
Paralelamente, os produtores norte-americanos de frango estão tentando acabar com o novo sistema de quotas imposto pelos russos. Pela atual distribuição, os produtores russos estão em condições de buscar parceiros mais convenientes. O presidente da UBA, no entanto, ressalvou que, embora haja oportunidade de ampliação do mercado russo, a guerra no Iraque trará conseqüências também negativas, como o aumento dos fretes para o transporte das mercadorias em função dos seguros, que deverão subir.
Atualmente, os países da região em conflito, principalmente Arábia Saudita e Emirados Árabes, respondem por cerca de 30% das exportações de frango do Brasil, aproximadamente 450 mil toneladas/ano.