Mercado do açúcar espera definições sobre exportações indianas
Os mercados futuros do açúcar fecharam em alta em todos os lotes das bolsas internacionais pressionados
Os mercados futuros do açúcar fecharam a sexta-feira (25) em alta em todos os lotes das bolsas internacionais pressionados, ainda, pelas notícias de que a Índia, segunda maior produtora da commodity, poderá proibir suas exportações devido a condições climáticas desfavoráveis por lá, o que tiraria do mercado uma quantidade enorme do adoçante.
Segundo Arnaldo Luiz Corrêa, da Archer Consulting, outro fator que ajudou na alta semanal da commodity em mais de 110 pontos, foram os consumidores industriais que não querem "pagar para ver se o mercado vai se acomodar e entraram fixando seus açúcares para suas necessidades imediatas. Ao nosso ver, essa história de banimento da Índia não vai ficar de pé e os preços vão refletir o tamanho da disponibilidade de açúcar do Centro-Sul que se desenha no horizonte, com Índia ou sem ela. Só mesmo o clima pode mudar toda essa visão, mas -- como dissemos na semana passada -- por enquanto esse quadro não está delineado".
Diante destes fatores, o mercado futuro do açúcar bruto negociado na ICE Futures de Nova York viu a tela outubro/23 fechar em alta de 54 pontos, contratada a 24,83 centavos de dólar por libra-peso. Já a tela março/24 subiu 53 pontos, negociada a 25,16 cts/lb. Os demais contratos subiram entre 5 e 43 pontos.
Analistas da Commerzbank ouvidos pela Reuters destacaram na sexta que "se a Índia exportar menos ou mesmo nenhum açúcar, o Brasil -- o maior produtor e exportador mundial -- poderá entrar na brecha".
Londres
Em Londres o açúcar branco também fechou a sexta-feira em alta em todos os lotes da ICE Futures Europe. O vencimento outubro/23 foi contratado a US$ 709,40 a tonelada, valorização de 16 dólares no comparativo com os preços de quinta-feira. Já a tela dezembro/23 subiu 17 dólares, negociada a US$ 696,80 a tonelada. Os demais contratos subiram entre 4,10 e 14,40 dólares.
Mercado doméstico
No mercado interno a sexta-feira foi de baixa nas cotações do açúcar cristal medidas pelo Indicador Cepea/Esalq, da USP. A saca de 50 quilos foi negociada pelas usinas a R$ 135,42 contra R$ 135,81 de quinta-feira, queda de 0,29% no comparativo.