Mercado de trigo gaúcho aguardando qualidade
No Paraná, os moinhos continuam realizando compras pontuais no RS
De acordo com a TF Agroeconômica, a colheita de trigo no Rio Grande do Sul foi novamente interrompida devido a chuvas intensas, com volumes entre 30 e 60mm, dependendo da região. A retomada das atividades está prevista para o próximo sábado. Com o foco voltado para a safra nova, o mercado local segue travado, sem grande interesse pelo trigo da safra velha, que ainda conta com cerca de 80 mil toneladas disponíveis e cujo valor teórico poderia chegar a R$ 1.100,00 FOB no interior.
Em Santa Catarina, o cenário permanece estável, com moinhos buscando abastecimento principalmente no Sudoeste do Paraná, onde os preços são mais competitivos, em torno de R$ 1.400 FOB. A redução nos preços das farinhas tem gerado reclamações entre os moinhos catarinenses, uma vez que esse fator acaba atrasando o fluxo de compra de grãos. Entre os preços pagos aos triticultores catarinenses, destaca-se Xanxerê com R$ 77,00/saca, enquanto Canoinhas e Chapecó pagam R$ 72,00 e R$ 73,00/saca, respectivamente.
No Paraná, os moinhos continuam realizando compras pontuais no Rio Grande do Sul, com lotes oferecidos a R$ 1.200 FOB para novembro na região noroeste. Internamente, o mercado paranaense apresenta negócios pontuais no norte, com preços de até R$ 1.450 FOB. Já os preços pagos aos agricultores variam, com destaque para Cascavel, onde a cotação chega a R$ 82,00/saca, enquanto Francisco Beltrão registra R$ 78,10/saca. A média estadual de R$ 76,79 representa uma leve queda em relação à semana anterior.
Esse cenário ilustra um mercado de trigo desafiador no Sul do Brasil, afetado por interrupções climáticas e pressões de preços, com os moinhos ajustando estratégias de compra e lidando com oscilação na demanda.