Segundo informações da TF Agroeconômica, quem seguiu as recomendações da consultoria sobre o trigo na última semana obteve uma redução de R$ 144/tonelada nos custos de matéria-prima, o que representa R$ 8,64/saca para agricultores e cooperativas. O mercado futuro, especialmente em Chicago, apresentou oscilações significativas, mas apontou para uma possível duplicação da alta, o que pode abrir novas oportunidades para os moinhos que enfrentam altos custos e preços baixos das farinhas. Essas movimentações podem melhorar o desempenho no mercado físico, que segue travado.
Entre os fatores de alta, destaca-se a contínua compra dos Fundos de Investimento, que vêm liquidando suas posições vendidas devido aos problemas de oferta mundial. A menor disponibilidade de trigo exportável na União Europeia, confirmada pelo USDA, somada aos problemas climáticos na Rússia e nos EUA, tem impactado os preços. Nos EUA, o déficit de umidade nas áreas de plantio de trigo de inverno tem se agravado, aumentando a expectativa de elevação nos preços do cereal .
No Brasil, tanto o USDA quanto a Conab superestimaram a produção de trigo. A Conab prevê 8,81 milhões de toneladas, enquanto a estimativa da TF Agroeconômica é de 8,1 milhões de toneladas, considerando as perdas previstas em Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. A menor produção nacional deverá elevar os preços e aumentar as importações de trigo .
Por outro lado, a colheita da nova safra no Brasil, que já atingiu 14,6% da área plantada, ainda não trouxe impacto significativo nos preços, que permanecem nos mesmos níveis da safra passada. No cenário internacional, a Rússia tenta acelerar o escoamento de trigo antes do inverno, que impõe dificuldades logísticas, mas há possibilidade de restrições nas exportações em 2025, o que poderia impulsionar ainda mais os preços.