Mercado de trigo: perspectivas otimistas
Diante desse contexto, a TF Agroeconômica recomenda estratégias de cobertura
De acordo com a TF Agroeconômica, o mercado de trigo enfrenta desafios temporários, tanto no Brasil quanto internacionalmente. No cenário doméstico, a safra atual será insuficiente para atender à demanda nacional, levando a um aumento expressivo nas importações, que, em novembro, já superaram o volume total importado em 2023. Além disso, a quebra na qualidade da produção intensifica essa necessidade. No momento, os preços estão em queda no Rio Grande do Sul e no Paraná, refletindo a pressão da colheita e a baixa demanda por novos contratos no final do ano. No entanto, a TF Agroeconômica projeta uma reversão já no início de janeiro, com recuperação mais acentuada a partir da segunda quinzena de fevereiro e aumento gradual até julho.
No mercado internacional, as restrições impostas por Ucrânia e Rússia, somadas a problemas climáticos na Austrália e na Europa, deverão impulsionar os preços a partir de março/abril. Esse movimento ocorrerá quando as perdas na Rússia forem confirmadas e a Europa já tiver exportado toda a sua disponibilidade, que é 23% menor em 2024. Esses fatores indicam um cenário global de restrição de oferta, favorecendo uma elevação nas cotações.
Diante desse contexto, a TF Agroeconômica recomenda estratégias de cobertura nos mercados brasileiro e de Chicago. Para produtores nacionais, que tradicionalmente vendem o trigo logo após a colheita para assegurar a receita anual, a orientação é aproveitar as atuais baixas cotações em Chicago para adquirir contratos e se beneficiar das altas previstas nos próximos meses. Já para cerealistas e cooperativas, a recomendação é similar: utilizar as oportunidades de compra para lucrar com as altas futuras, evitando o armazenamento prolongado do trigo, o que libera espaço para o recebimento de soja e milho no início de 2024.