Mercado de soja: tendências e perspectivas
Semana será marcada pelo relatório WASDE
A colheita de soja nos Estados Unidos está avançando a um ritmo acima da média de 5 anos, exercendo pressão de baixa nos preços em Chicago, de acordo com dados do USDA. Além disso, o dólar americano desempenhou um papel crucial na precificação da soja no Brasil, registrando uma alta de 2,58% na semana, atingindo R$ 5,16 após quase sete meses. Esse movimento foi impulsionado por números do Payroll que superaram as expectativas.
De acordo com o especialista da Grão Direto, Ruan Sene, o plantio brasileiro também está em destaque, com chuvas bem distribuídas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste favorecendo um início promissor.
Em Chicago, o contrato de soja para novembro de 2023 fechou mais uma semana em território negativo, cotado a U$ 12,64 o bushel (-0,86%). Enquanto isso, o contrato com vencimento para março de 2024 encerrou a semana a U$ 12,97 (-0,99%). No Brasil, contudo, a soja subiu no mercado físico em várias regiões devido à valorização do dólar.
O que esperar do mercado?
Ruan Sene ainda prevê que, na próxima semana, a volta do maior comprador da soja brasileira, a China, pode resultar em um aumento nas negociações futuras para entregas em março e abril. O progresso do plantio de soja no Brasil será impulsionado pelo clima quente e seco em grande parte do país, especialmente no Centro-Oeste. No entanto, o Rio Grande do Sul pode enfrentar um desafio com o alto volume de chuvas, que está consideravelmente acima da média histórica.
Nos Estados Unidos, a seca está afetando as regiões produtoras, com um dos níveis mais altos de sequidão para esta época do ano. Isso pode resultar em avanços na colheita, mas também em condições menos favoráveis para a soja.
Além disso, a semana será marcada pelo relatório WASDE, que pode trazer alterações nas exportações e nos estoques de soja.
Quanto à macroeconomia, o dólar tende a continuar em alta, com a aversão ao risco aumentando devido a conflitos internacionais, como os ataques do Hamas contra Israel. Isso pode ter implicações no preço do petróleo.
Com base nesses fatores, espera-se que o mercado de soja em Chicago tenha uma semana positiva, com o mercado físico brasileiro seguindo a mesma tendência, influenciado tanto por Chicago quanto pelo comportamento do dólar.