Medicamentos estão poluindo os rios
O estudo inclui amostras retiradas de 258 rios em 104 países
Foto: Pixabay
De todos os tipos de poluição da água, do plástico aos agrotóxicos, há um que nem sempre recebeu a mesma atenção por seus impactos ambientais e de saúde pública. Isso está mudando com o Projeto de Monitoramento Farmacêutico Global, uma iniciativa que está mapeando medicamentos encontrados em rios ao redor do mundo.
Um artigo recente de colaboradores globais do projeto, liderado pela Universidade de York, no Reino Unido, fornece uma das análises mais abrangentes sobre como os antibióticos e outros medicamentos comumente usados contaminam a água e geralmente se aproximam de níveis tóxicos.
O estudo inclui amostras retiradas de 258 rios em 104 países, representando todos os continentes do planeta. As amostras de água foram testadas para 61 tipos diferentes de medicamentos, usados para controlar diabetes tipo 2, pressão alta, alergias, distúrbios convulsivos e muito mais.
Dos mais de 1.000 locais de amostragem incluídos no estudo, aproximadamente um quarto deles tinha pelo menos um medicamento presente em níveis acima das concentrações consideradas seguras para organismos aquáticos, ou que são um problema de resistência antimicrobiana.
"A contaminação farmacêutica representa uma ameaça global à saúde humana e ambiental", disseram os autores, cujo trabalho foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
E embora isso seja conhecido há algum tempo, o co-líder do projeto, Dr. John Wilkinson, diz que esta é a primeira vez que a extensão da contaminação farmacêutica em grande parte do mundo em desenvolvimento foi avaliada. “Sabemos há mais de duas décadas que os produtos farmacêuticos chegam ao ambiente aquático, onde podem afetar a biologia dos organismos vivos”, disse Wilkinson.