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Mato Grosso vai combater defenvivo químico clandestino


A primeira ação do Gabinete de Gestão Integrada, um órgão deliberativo e executivo das ações do Plano Nacional de Segurança Pública, será a realização de uma força-tarefa para coibir o roubo, contrabando e a falsificação de produtos agroquímicos. Em Mato Grosso, essa prática criminosa causou ao setor produtivo um prejuízo, que nas duas últimas safras está estimado em R$ 20 milhões.

Segundo o secretário Nacional de Segurança Pública, Luiz Eduardo Soares, a ação vai envolver um trabalho unificado, constante e duradouro, entre as polícias federal, civil e militar. O secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Célio Wilson de Oliveira, disse que as metas conjuntas de trabalho serão traçadas, mas que desde janeiro deste ano o Estado tem atuado de forma sistemática no combate a esse tipo de crime. “Não tem como trabalhar de forma isolada. Os criminosos atuam em redes muito bem organizadas e como se trata de um crime que ultrapassa fronteiras estaduais e até mesmo com outros países, devemos estar tão organizados e coesos quanto eles”, explica.

A criação da força-tarefa é o resultado de uma articulação do Governo do Estado, ontem, junto ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos – que esteve ontem em Cuiabá - e envolveu várias entidades ligadas ao setor produtivo estadual, além de sindicatos. Na safra 2000/01, foram consumidos no Estado, 26 milhões de litros de agroquímicos.

As ações do crime organizado no roubo de agroquímicos em Mato Grosso é intensa e, segundo essas entidades, as quadrilhas são formadas por cerca de 15 a 20 integrantes que dispõem de armamento pesado, frota própria e que geralmente chegam aos onde vão praticar o crime a pé. A principal base, segundo levantamentos, é no Estado do Paraná.

“A quadrilha se aproveita da sazonalidade da atividade agrícola, que costuma, em determinados períodos, concentrar em armazéns e distribuidoras grandes quantidades de produtos, para agir. Eles acompanham a pauta dos”, afirmou Célio Wilson.

Os produtos que mais chamam a atenção dos assaltantes aqui no Estado, são os herbicidas, entre os quais os da marca “Spider”, “Classic” e “Verdict”, que possuem grande valor agregado. O mercado brasileiro de defensivos agrícolas consome anualmente um volume equivalente a R$ 7 bilhões. Desse total, o consumo de Mato Grosso representa aproximadamente 20%.

Para o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), José Roberto Da Ros, não há um perfil para determinar quem são os receptores de material roubado. “Existem pequenos, médios e grandes produtores que fazem uso desta prática para economizar, ao final da safra, algo em torno de 2%. Os tomadores de crédito em muitos casos, compram parte dos insumos agroquímicos nas revendas e distribuidoras (para declarar despesa) e a outra parte é objeto de receptação”, afirma.

Ros aponta para dois tipos de crimes que são cometidos com a aquisição de produtos roubados. “A receptação e a agressão ao meio ambiente, pois no caso de falsificações, os produtos não têm aval do governo federal e nem garantias de qualidade e eficácia”, alerta. Já os agroquímicos frutos de contrabando, contaminam a lavoura, o solo e o homem.

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