Marcela: é preciso capacitação para produzir com qualidade
Chá é consumido por adultos e crianças, mas há necessidade de haver uma produção nas pequenas propriedades
Segundo ela, toda produção de marcela se dá em campos, sem registros da área cultivada, a planta não é exigente em fertilidade, nem em Ph. A agrônoma comenta que é uma planta perene, mas sua eflorescência ocorre no outono e, pela coincidência da época com a Páscoa, acaba tendo a tradição de ser colhida na Sexta-Feira Santa. Entretanto, de acordo com o ano, dependendo do comportamento climático no verão, a plantão pode ou não estar pronta para ser retirada da terra. Um exemplo é neste ano que a planta se já abriu e está quase secando – ou seja – o período de colheita já passou.
Uma série de cuidados devem ser observados para manter a erva bem acondicionada, propícia para uso. Além de evitar o consumo de marcela que estiver às margens de estradas e de molhar a erva, após colher deve-se guardá-la em recipiente bem fechado, longe do sol e sem umidade. Assim, é possível manter a erva medicinal por até um ano.
Cláudia salienta que o cultivo de marcela e de outras ervas medicinais é uma alternativa positiva na pequena propriedade, mas para trazer vantagens aos consumidores e também aos produtores é viável ter uma agroindústria como um instrumento que junte o material oferecendo aos consumidores. Entre os gargalos da viabilidade dessa produção está a contaminação. Ou seja, o mercado internacional analisa o produto e, se detectada molécula de agrotóxico acaba não comprando mais o produto e o país perde a credibilidade. Por isso, é imprescindível haver capacitação dos produtores e logística.
Nos dias de hoje, a marcela não é mais usada somente como um chá para melhorar a digestão ou em travesseiros para cólicas de bebês. Mas também é consumido como chá social. “As pessoas estão criando o hábito de consumir esta bebida”, diz.