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MAPA completa 160 anos

Ministério comemora resultados da agricultura nesses anos e projeta mais alta na produção


Foto: Eliza Maliszewski

Em 28 de julho de 1860, o Imperador D. Pedro II  assinava o decreto Nº 1.067 que dizia “fica creada huma nova Secretaria de Estado com a denominação de Secretaria de Estado dos Negocios da Agricultura, Commercio e Obras Publicas”. A grafia diferente da que usamos hoje mostra que já se passaram 160 anos. Desde então funciona o que conhecemos na atualidade como Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O órgão é responsável por regular todas as atividades da agricultura e pecuária brasileira, desde registro de defensivos, vigilância sanitária, vacinação animal, inspeções, pesquisas e discussões que colocam o país como grande abastecedor do mercado mundial de alimentos. Nesse mais de um século e meio foram muitos ministros a frente da pasta. Entre eles celebridades como o escritor Machado de Assis. Também teve em seu quadro de funcionários o médium Xico Xavier, que trabalhou com escriturário.

Transformação

Quanto a atividade agrícola e pecuária mudaram em 160 anos? Em 1860, século XIX, o país tinha apenas 38 anos de Independência e vivia o açúcar no Norte-Nordeste e o ciclo do café no Centro-Sul, com seus barões. No período a produção e exportação de café com leite constituiu a base principal da economia e expandiu muito pelo Rio de Janeiro imperial e interior paulista. As principais pragas eram formiga saúva, gafanhotos e passarinhos. Ainda se usava muita mão-de-obra escrava já que a abolição da escravatura foi somente em 1888. O tráfico internacional de escravos já estava proibido mas entre as províncias não. O Brasil-Colônia vivia seu período de estabilidade política e econômica.

Depois da criação do Mapa, aos poucos, foram sendo criados os serviços que o produtor usa até hoje. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) surgiu em 1909; a Embrapa foi criada em 1973; o Laboratório Nacional de Saúde Animal em 1977; a Conab surgiu apenas em 1990; o Pronaf em 1996 e o Moderfrota em 2000 e, no ano seguinte, o Plano Safra. Já neste século foram criados o Seguro Rural, o Selo Arte e o início da regulamentação de drones na agricultura.

Projeção para a década

O Brasil acaba de colher sua maior safra de soja, sendo o líder mundial, com 120 milhões de toneladas. Em 1860 somente a China plantava a oleaginosa que foi entrar na agricultura brasielira somente 100 anos depois. Na década de 1960, o trigo era a principal cultura do Sul do Brasil e a soja surgia como uma opção de verão, em sucessão ao trigo. O Brasil também iniciava um esforço para produção de suínos e aves, gerando demanda por farelo de soja. Em 1966, a produção comercial de soja já era uma necessidade estratégica, sendo produzidas cerca de 500 mil toneladas no País.

Com tecnologia e novos sistemas como o Plantio Direto, Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF), gestão, softwares, produtos de base biológica, drones e conectividade entre máquinas o agronegócio é responsável por 21% do Produto Interno Bruto (PIB) e 20% dos empregos no país. O Brasil exporta para mais de 200 países e 1,5 bilhão de pessoas têm algum alimento no seu prato que vem da nossa agropecuária. 

Com isso o Mapa chega a 160 anos muito otimista. Segundo as projeções para a década a produção de grãos do Brasil deverá aumentar 27%; a de carne bovina, 16%; a de carne suína, 27%, e a de carne de frango crescerá 28%. Nolevantamento o Brasil vai saltar dos atuais 250,9 milhões de toneladas em 2019/20  para 318,3 milhões de toneladas, incremento de 27% à produção nacional. Algodão, milho de segunda safra e soja devem continuar puxando o crescimento da produção de grãos. 

A área plantada de grãos deve expandir de 65,5 milhões de hectares para 76,4 milhões de hectares em 2029/30, alta de 16,7%. Algumas lavouras, como mandioca, café, arroz, laranja e feijão devem perder área, mas a redução será compensada por ganhos de produtividade. 


 

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