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Mais barata, a banana brasileira atrai comprador


A crise econômica enfrentada pela Argentina e Uruguai provocou elevação nas vendas internacionais de banana do Brasil, que triplicaram no primeiro semestre deste ano sobre 2001. Sem dinheiro e crédito para comprar a fruta do Equador, maior exportador mundial, os argentinos e uruguaios optaram pela banana brasileira, que é mais barata.

A exportação brasileira saltou quase 200% no primeiro semestre, para 103,727 mil toneladas. A receita com os embarques no primeiro semestre atingiu US$ 14,8 milhões. Em todo o ano passado, as vendas somaram US$ 16 milhões, quando o Brasil quebrou seu recorde histórico, com embarques de 105,1 mil toneladas, informa o Instituto de Planejamento e Economia Agrícola de Santa Catarina (Icepa).

Tecnologia

Além da crise nos países vizinhos, a melhoria na qualidade da fruta brasileira, com o aumento da tecnologia aplicada, impulsionou as vendas externas, diz Admir Tadeo de Souza, técnico do Icepa, que espera para os próximos anos a quebra de recordes de exportação.

Com filial em Guaramirim (SC), a paranaense Comércio de Bananas Cobalchini elevou as exportações em mais de 30% no primeiro semestre deste ano, quando destinou para a Argentina 60 mil caixas (22 quilos) por mês. "É uma operação de altíssimo risco e só vendemos com garantia de cheque", diz o gerente de compras da exportadora, Dagoberto Cobalchini.

"A banana equatoriana ficou cara para eles. Vendemos 50 mil caixas nesse primeiro semestre, mas poderia ter negociado mais, se não cobrasse pagamento adiantado", diz Luiz Agatti, produtor catarinense, que prefere se concentrar no mercado interno.

Terceiro estado brasileiro em volume de produção, Santa Catarina respondeu por 70% das exportações de banana realizadas no primeiro semestre, em função de estar mais próxima da Argentina e do Uruguai, para a onde a fruta segue de caminhão. Os dois países importaram, respectivamente, 65% e 19% do total embarcado pelo Brasil no primeiro semestre.

"Sem as exportações, os produtores catarinenses estariam em uma crise sem precedentes, pois o preço pago ao produtor, inferior a R$ 2 por caixa, passou mais de um ano abaixo do custo e só há uns 20 dias reagiu, cotada a R$ 3,80", diz Alcibaldo Germann, técnico da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão de Santa Catarina (Epagri).

Exigência européia

O Brasil ainda não atende às exigências do mercado europeu, onde apenas a Alemanha importa mais de 1 milhão de toneladas anualmente. A banana catarinense, a mais importante para a exportação, é produzida em clima subtropical. Por isso, tem casca mais escura do que a equatoriana, o que faz com que seja menos valorizada.

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