Limão o ano todo
Com uma produção de 320 quilos por planta, Neto utiliza a irrigação para produzir o ano todo
Os engenheiros agrônomos, José Antônio Gonçales e Ademar Okada, prestam assistência técnica na propriedade. Gonçales comenta que foram plantados 100 pés de limão numa área de meio hectare, e um dos problemas enfrentados pelo produtor era o período da seca, quando a produção reduzia. Para evitar maiores perdas, introduziram tecnologia e irrigação em 2011.
Em junho iniciou a irrigação com adubação básica para produção de citros. Em julho, ocorreu a floração e o ponto de colheita levou 120 dias. “Nesse período de implantação foi feito um acompanhamento técnico para conferir a condução da lavoura. Agora, o produtor colhe na safra e entressafra”, esclarece o engenheiro agrônomo José Antônio Gonçales.
O produtor pensa em ampliar o plantio para um hectare. A intenção é produzir frutas o ano todo para abastecer o comércio local e outras regiões. Ele recorda que no período da entressafra, o preço do limão é vendido por R$ 3 o quilo e na safra não ultrapassa a R$ 1.
Segundo Gonçales, com recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) será montada uma Unidade Didática de Subsistência Econômica (UDSE), com direito a dia especial para apresentar a tecnologia implantada no cultivo do limão Tahiti na região de Cáceres.
Para o diretor da Associação Matogrossense de Fruticultura, Duílio Maiolino, quando se trata da logística para o escoamento da produção, as cidades mais rentáveis para o produtor são Rondonópolis, Chapada dos Guimarães e a capital cuiabana. Sobre a medida de irrigação, Maiolino considera uma boa alternativa para ampliar a produção do limão no estado, mesmo fora de época.
DOENÇAS
Ele ainda alerta os agricultores a ficarem atentos com as doenças do limoeiro, como antracnose do limão, enfermidade que começa na raiz e invade toda a árvore, e com o câncer cítrico, que danificam os pomares.
No Brasil, a árvore chegou apenas na segunda década do século 20, quando ocorria a epidemia da gripe espanhola. Nessa época o limão era vendido a “peso de ouro”. Desde então, a frutífera tornou-se indispensável para o brasileiro. O extrato do limão é usado em bebidas, doces, sorvetes, molhos para saladas, remédios, produtos de limpeza, sabões, cosméticos e outros.
A chefe do Centro Regional, Nara Regina Gervini Souza, ressalta que várias mudas de frutíferas e espécies florestais foram multiplicadas para atender os produtores do estado. São mudas de tangerina e laranja das variedades D6 e D9 que estão à disposição dos produtores. Conforme Nara, as mudas de limão Tahiti são vendidas por R$ 10 e prontas para o plantio.