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Limão é alternativa de renda para agricultores de Alenquer

Trinta e nove agricultores do município de Alenquer, no Baixo Amazonas, vêm experimentando o cultivo de limão taiti como alternativa regular de renda, com o apoio do escritório local da Emater



Trinta e nove agricultores do município de Alenquer, no Baixo Amazonas, vêm experimentando o cultivo de limão taiti como alternativa regular de renda, com o apoio do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater). Pelo menos 20 deles já têm financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

O limão em questão é produzido sob princípios agroecológicos, com menos agrotóxicos do que no trato convencional, e recebe irrigação artificial, o que garante colheita o ano inteiro - inclusive no verão, em que há menos chuvas. Por ora, são 20 mil pés, distribuídos entre 15 hectares. Outras sete mil mudas serão plantadas a partir desta quinta-feira (25). Desde 2008, uma unidade demonstrativa (ud) também está ativa em uma propriedade familiar do município, servindo de vitrine.

A iniciativa com o limão começou há cinco anos, em uma época em que ninguém na região plantava a fruta e a agricultura familiar dependia visceralmente da mandioca, sem muita diversificação. A ideia partiu da Emater, que fez um estudo de mercado e elaborou os projetos técnicos, além de orientar o plantio e a comercialização.

"A princípio, houve muita resistência por parte dos agricultores, porque eles não enxergavam o limão como uma cultura rentável. Achavam que o fato de a fruta ser azeda resultaria numa menor aceitação entre os consumidores. Mas não é verdade. O limão, se irrigado, dá o ano inteiro, e é plenamente absorvido pela indústria, que o utiliza em sucos e em outras fórmulas alimentares, como em refrigerantes, molhos prontos e sorvetes, por exemplo. É um produto curinga. Desponta como uma alternativa lucrativa, segura e barata, que confere sustentabilidade às propriedades", diz o técnico em agropecuária Edivaldo Vasconcelos, chefe do escritório local da Emater.

Hoje, toda a produção estimada, de cerca de 45 toneladas por ano, acaba indo para a indústria do estado do Amazonas pelas mãos de atravessadores. "Um dos grandes problemas da comercialização é a figura do atravessador. Como a cultura do limão ainda é muito recente no município, só agora algumas bases podem ser consolidadas, como o associativismo e o cooperativismo, que inclusive fortalecem a logística de negociação de preços, colheita e armazenamento. Eliminada a figura do atravessador, o lucro do agricultor pode aumentar em até 100% durante o verão, quando a oferta é menor", explica Edivaldo Vasconcelos. (Aline Miranda - Emater)
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