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Leve alta no milho de Chicago

Como está o mercado de milho?



Foto: Pixabay

As cotações do milho, em Chicago, ensaiaram um movimento de alta durante a  semana, porém, o mesmo encontrou pouca sustentação. O fechamento desta quinta feira (10) ficou em US$ 4,83/bushel, contra US$ 4,80 uma semana antes, considerando  o primeiro mês cotado. Os motivos dos movimentos do milho, em Chicago, são os mesmos da soja, especialmente quanto a expectativa pelo relatório de oferta e demanda do USDA,  anunciado neste dia 11/08. 

Segundo a análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário, além disso, o percentual de lavouras boas a excelentes, nos EUA, também melhorou, passando para 57%, contra 58% na mesma data (06/08) no ano passado. 93% das lavouras estadunidenses de milho estavam em fase de embonecamento naquela data, enquanto 47% estavam na fase de enchimento de grãos. Também aqui o clima, nos  próximos 45 dias, será decisivo. 

Já pelo lado dos embarques de milho, na semana encerrada em 03/08 os EUA teriam atingido a 376.620 toneladas, ficando dentro da expectativa mínima do mercado. Com esse volume, o atual ano comercial chega a um total de 35,2 milhões de toneladas  exportadas, contra 52,5 milhões no mesmo período do ano anterior. E no mercado brasileiro, os preços do cereal se mantiveram relativamente estáveis, com leve viés de alta em algumas regiões. A média gaúcha fechou a semana em R$  53,21/saco, enquanto as principais praças estaduais trabalharam com R$ 52,00. Já nas  demais regiões do país, os preços oscilaram entre R$ 36,00 e R$ 50,00/saco, em  termos médios. 

Diante do pico da colheita recorde da safrinha de milho, os compradores continuam aguardando preços mais baixos, comprando somente “da mão para a boca”, ou seja, pequenos volumes, dentro do necessário. Para se ter uma ideia, na semana passada o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas–SP) operou nos menores patamares  nominais de preço do milho, desde agosto de 2020. 

Dito isso, a colheita da safrinha do cereal chegou a 64% da área no dia 03/08, contra 80% um ano antes, na mesma data. E à medida em que a colheita avança se constata  maior potencial de produção final. Agora, já se avança uma colheita da segunda safra em 105,6 milhões de toneladas, o que levaria a produção total brasileira de milho (as três safras somadas) a 135,4 milhões de toneladas. Em se confirmando tal quadro, não há como esperar que os preços do milho subam nos próximos meses  aqui no Brasil, salvo algo excepcional. 

Por outro lado, no que diz respeito às exportações, o Brasil registrou um volume de 1,32 milhão de toneladas na primeira semana de agosto. Isso representa 17,7% do  total exportado pelo país em todo o mês de agosto de 2022. A média diária, por  enquanto, estava em 1,8% acima na comparação com o mesmo período do ano  anterior.

A expectativa do mercado continua sendo de que o Brasil exporte entre 50 e 52 milhões de toneladas do cereal no ano compreendido entre março/23 a fevereiro/24. Por sua vez, a Conab indicou que a safrinha, na semana passada, estaria colhida em  64,3% da área total de milho, sendo no Mato Grosso (95,2%), Tocantins (92%), Piauí  (80%), Maranhão (75%), Goiás (68%), Minas Gerais (47%), Mato Grosso do Sul (20%),  Paraná (17%) e São Paulo (7%).  

Neste sentido, o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) divulgou  que a área semeada com milho, no Estado do Mato Grosso, para a safra 2022/23, teve  aumento de 4,83% sobre o ano anterior, e ficou em 7,49 milhões de hectares, número  1,01% maior do que a última estimativa de julho. A produtividade média passou a 113,52 sacos/hectare, e a produção final podendo alcançar 51 milhões de toneladas. Quanto à comercialização do milho, até o dia 07/08 o Mato Grosso havia vendido  58,5% de sua safra do cereal, com um preço médio recuando 4,6% em relação a junho,  ao atingir R$ 34,40/saco. 
Já no Paraná, o Deral apontou que a colheita de milho, nesta semana, chegou a 28%  da área total, sendo que o restante estava com 87% em maturação e 13% em  frutificação. Havia somente 2% das lavouras em situação ruim.

Enfim, no Mato Grosso do Sul, segundo a Famasul, o preço do milho recuou 3,45% na semana entre 31/07 e 07/08, ficando em R$ 38,50/saco. Com isso, o recuo anual no  preço do milho, naquele Estado, é de 41,8%. Para comparação, o preço médio do milho gaúcho, no mesmo período, recuou 34,6%, porém, em um quadro de fortes perdas, mais uma vez, devido ao clima seco. Ou seja, proporcionalmente, em termos de renda bruta, as perdas são maiores no Rio Grande do Sul. Já a colheita da safrinha, no Mato Grosso do Sul, chegava a 26,2% da área no dia 04/08, contra 42,8% na média histórica. Por enquanto, as estimativas mantêm a produção final daquele Estado em  11,2 milhões de toneladas de milho, ou seja, 12,3% abaixo do colhido no ano anterior. 

E pelo lado das exportações brasileiras do cereal, espera-se vendas entre 7,8 e 9,8 milhões de toneladas para agosto. Se isso ocorrer, será o recorde histórico para o mês de agosto. Até agosto,os embarques brasileiros totais estimados somariam 24,2 milhões de toneladas de milho. Com isso, para alcançar o total esperado para o ano, o país precisará exportar, nos próximos quatro meses, a média mensal de 7 milhões de  toneladas de milho.

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