As cooperativas de leite perderam mercado nos últimos anos. Levantamento da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) mostra que o setor responde por apenas 40% do produto captado. Há 10 anos, representava 60% do volume. No ano passado, 353 cooperativas leiteiras coletaram 5,25 bilhões de litros, totalizando um faturamento de R$ 4,9 bilhões.
A menor participação foi considerada uma surpresa. "É preciso revisar nosso procedimento e tentar reverter este quadro", afirma o presidente da OCB, Márcio Freitas. Para ele, na desregulamentação do setor, no início da década de 90, as cooperativas não estavam preparadas para o mercado.
De acordo com a pesquisa, boa parcela das cooperativas já têm entregue o leite granelizado, possibilitando maior renda ao pecuarista. Na Itambé, por exemplo, o preço pago é entre 5% e 10% superior à média. Isso porque a cooperativa tem investido na granelização como forma de ter um produto de melhor qualidade. A média brasileira é de 79% de granelização. No Nordeste, no entanto, o índice é de 34,9%.
Escala é sinônimo de lucro
Outro dado apontado pela pesquisa é quanto à remuneração. De acordo com o levantamento, quanto maior a quantidade de leite captada por dia, maior o faturamento. Em 2002, o produtor que entregou, nas cooperativas, mas de 55 mil litros por dia, recebeu R$ 1 por litro. Já o criador que entregou volume menor, recebeu, proporcionalmente, menos: R$ 0,77 por litro. O censo servirá para a elaboração de um plano estratégico para o setor leiteira, visando a melhoria da remuneração dos produtores e também o aumento da produção.