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Japão manterá volume importado de soja



O Japão deverá manter suas importações de soja em 5 milhões de toneladas neste ano, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O relatório, datado de 25 de julho, foi divulgado somente ontem no website da agência americana.

Os EUA são os maiores fornecedores de soja para o país, com 3,82 milhões de toneladas, seguidos pelo Brasil, com 800 mil toneladas. Em 1999, Brasil e Canadá empreenderam esforços para conquistar o mercado japonês, refratário às lavouras de soja geneticamente modificadas. As compras dos EUA chegaram a cair 7% no ano seguinte.

Foi então que os produtores rurais desenvolveram o sistema de Preservação de Identidade (PI), no qual conseguem garantir que a carga não contém grãos transgênicos. O sistema de Preservação de Identidade prevê o acompanhamento de todo o crescimento da planta, de forma a assegurar sua origem.

Com o sistema, os compradores japoneses recuperaram a confiança no grão norte-americano e as importações dos EUA voltaram a seus níveis históricos ao longo dos anos de 2001 e 2003. Em 2003, as compras devem se manter estáveis em 3,8 milhões de toneladas.

Em 2001, o governo japonês passou a exigir que os alimentos à base de grãos geneticamente modificados fossem rotulados. A exigência abrange alimentos para consumo humano, como o tofu e os sucos à base de leite de soja.

Os óleos, incluindo o de soja, colza e algodão, foram dispensados da rotulagem, assim como o farelo destinado à ração. Alguns fabricantes usam o rótulo "livre de transgênicos" voluntariamente, como ferramenta de marketing. Esse é o caso dos fabricantes de shoyu (molho à base de soja) e de cerveja, que utilizam milho convencional na fabricação da bebida.

Cerca de 78% da demanda por soja em grão é para a produção de óleo, 20% é na fabricação de alimentos e apenas 2% como ração.

Além das importações, o abastecimento também conta com uma modesta participação de produtores locais. No ano passado, esse agricultores colheram uma safra de 270,2 mil toneladas. O ministério da Agricultura do Japão vem estimulando o plantio de soja como alternativa à produção de arroz. No ano passado, por exemplo, a área cultivada com soja foi 4% maior que a de 2001.

O governo estabeleceu uma meta para o plantio. Em 2010, pretende colher 250 mil toneladas, das quais 240 mil para consumo humano. Embora já tenha alcançado esta meta, a indústria local não tem demonstrado muito entusiasmo em comprar a produção local por causa dos altos preços e da baixa qualidade da mercadoria.

O Japão importa pequenos volumes de óleo e farelo de soja. A soja em grão importada é esmagada por um parque industrial composto por 88 indústrias, com capacidade de processar 8,9 milhões de toneladas de soja, equivalente a 25% da capacidade brasileira, de 35 milhões de toneladas.

Também o país passa por um processo de consolidação das esmagadoras de soja. No início dos anos 90, eram 117 fábricas. As remanescentes produzem 6,7 milhões de toneladas de óleo de soja.

A demanda por farelo cresceu a partir de 2001, com a descoberta do primeiro caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina, popularmente conhecida como doença da vaca louca. O país contabiliza sete casos até agora. Com o aparecimento dos primeiros casos, os criadores trocaram as rações de origem animal pelas de origem vegetal, favorecendo o farelo de soja. No ano passado, o Japão importou 613 mil toneladas de farelo da China, quase o dobro das 294 mil toneladas compradas no ano anterior. A demanda pelo farelo chinês, mais barato que o produzido no Japão, deve continuar elevada em 2003, com a continuação do processo de substituição da ração.

Estoques estratégicos

O Japão mantém um estoque estratégico de apenas 50 mil toneladas de soja. Com a projeção do aumento da safra mundial, o país decidiu reduzir o volume armazenado. O objetivo é chegar a 47 mil toneladas até 2005. Uma nova meta de redução deve ser adotada em 2006.

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