Israel realiza aplicações aéreas para proteger florestas
Operações ocorreram entre o final de dezembro e o início deste mês, para proteger 22 áreas de lazer plantadas no decorrer de mais de cem anos para modificar o deserto
Foto: Pixabay
A aviação agrícola israelense realizou aplicações aéreas de inseticidas para controlar uma praga de besouros da casa (Scolytinae) em florestas de pinheiros do país. As operações iniciaram no final de dezembro e foram até o último dia 10 de janeiro, em 22 florestas plantadas desde o início do século 20 (antes mesmo da existência oficial do Estado de Israel) pelo Fundo Nacional Judaico (KKL, na sigla hebraica). O objetivo foi eliminar uma superpopulação de insetos que danificam as árvores que, além de importantes áreas de lazer do país, foram plantadas por décadas com o intuito de modificar ou prevenmir o avanço do deserto e que servem também de pulmões verdes para as cidades próximas.
Isso em um território que hoje é um país situado entre os biomas mediterrâneo e desértico, no ponto de encontro entre a África, a Ásia e a Europa. Os trabalhos abrangeram as florestas Ben Shemen, Tel Hadid, Modi’in, Maccabim, Shoham, Rosh Ha’Ein, Nachshonim, Barkat, Elad-Kola-Alexandroni, Eshtaol, The Defenders, Gezer Nachshon, Humid Forest”Y, Huldah, Zelfon, Tal Shahar, Harel, Wasp, Britannia Park, Harubit, Yeshai e Ayalon Canada Park.
INIMIGO HISTÓRICO
O besouro da casca historicamente tem feito parte desse ecossistema implantado na região. Com as próprias árvores se defendendo dele través da resina que segregam quando seus troncos são perfurados pelos insetos. Porém, o aumento de temperatura e diminuição dos períodos frios causados pelas mudanças climáticas deram força ao “vilão” dessa disputa, que teve sua população bastante multiplicada.
A ponto de sobrepujarem inclusive as chamadas árvores armadilhas, que eram a técnica mais eficaz de combate até então. Neste caso, a técnica consiste em raspar a casca externa de uma árvore saudável, borrifar inseticida em seu tronco e pendurar uma isca contendo um feromônio – que atrai os besouros para o ponto que lhes é tóxico.
As chamadas florestas KKL foram plantadas a partir de 1904 e, segundo o Fundo Judaico, abrangem mais de 240 milhões de árvores em cerca de 920 mil dunamis (92 mil hectares). Curiosidade: o dunam (utilizado no país) é uma medida do antigo Império Otomano e tem origem na estimativa da quantidade de terra que um homem poderia arar em um dia (apenas com tração animal).
(*) Com informações dos portais Mivzak News e Maariv News
