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Inovações no microbioma do solo

O nitrogênio, por exemplo, é abundante na atmosfera



O nitrogênio, por exemplo, é abundante na atmosfera O nitrogênio, por exemplo, é abundante na atmosfera - Foto: Canva

Pesquisas recentes sobre o microbioma humano estão gerando avanços significativos na agricultura. Décio Luiz Gazzoni, engenheiro agrônomo da Embrapa soja, destaca a importância de equilibrar o uso de fertilizantes com a preservação dos microrganismos do solo. Embora os fertilizantes sejam essenciais para repor nutrientes e garantir a produção agrícola, o uso excessivo pode prejudicar o meio ambiente, contaminando o solo e a água, além de afetar os microrganismos que desempenham funções vitais, como a ciclagem de nutrientes.

O nitrogênio, por exemplo, é abundante na atmosfera, mas inacessível para as plantas sem a ajuda de microrganismos. A produção de fertilizantes nitrogenados sintéticos é responsável por cerca de 2% das emissões globais de gases de efeito estufa. No entanto, leguminosas, como o feijão, abrigam em suas raízes bactérias que fixam o nitrogênio atmosférico e o disponibilizam às plantas. Pesquisas estão buscando expandir esse processo para outras culturas, como milho e trigo, a fim de reduzir a dependência de fertilizantes sintéticos.

Uma tecnologia desenvolvida pelo MIT, por exemplo, substitui até 25% do nitrogênio sintético com a aplicação de um produto biológico no solo ou sementes. Nos Estados Unidos, essa inovação já foi aplicada em 1,4 milhão de hectares, resultando na redução de 32 mil toneladas de fertilizantes nitrogenados e evitando a emissão de 220 mil toneladas de CO2 equivalente. No Brasil, a Embrapa Soja desenvolveu uma tecnologia similar, utilizando a bactéria Azospirillum, que proporciona resultados equivalentes na substituição parcial de fertilizantes.

Outras pesquisas investigam como plantas e microrganismos se comunicam para otimizar a fixação de nitrogênio. Na Universidade da Califórnia, o professor Eduardo Blumwald utiliza edição gênica para aumentar a produção de compostos que estimulam a fixação de nitrogênio em plantas como o arroz. Além disso, estudos com cianobactérias demonstram seu potencial em sequestrar carbono e fixar nitrogênio, promovendo uma simbiose benéfica para as plantas.

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