O cenário para a safra de laranja neste ano repete a tradicional queda-de-braço entre os citricultores e a indústria processadora. Há um consenso, porém, na avaliação de que o custo de produção subiu e o pico da colheita será adiado para setembro.
A forte estiagem no fim de 2002, aliada à alta temperatura e à baixa umidade no parque citrícola comercial brasileiro - basicamente São Paulo e Triângulo Mineiro - fizeram com que a indústria previsse a pior safra da década na região, que concentra 95% das exportações brasileiras no setor. Segundo a Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus), a produção deve chegar a 290 milhões de caixas de 40,8 quilos, volume 19,6% menor ante as 361 milhões da safra passada. Para piorar, as condições climáticas desfavoráveis de 2002 trouxeram para os pomares uma florada pouco uniforme.
Além de retardar o pico da colheita para setembro, em vez de julho e agosto, a maturação desigual dos frutos num mesmo pomar significa colheita mais longa, com vistorias em cada árvore.