Inflação dos EUA e o impacto no mercado
Ibovespa acompanhou as principais bolsas ao redor do mundo
No dia 10 de abril, o mercado financeiro enfrentou uma série de desafios, com bolsas de valores ao redor do mundo registrando quedas expressivas e as taxas de juros apresentando um significativo aumento, segundo Marilia Fontes, da Nord Research. No Brasil, a situação não foi diferente, com o Ibovespa acompanhando o recuo das principais bolsas internacionais, apesar do índice de inflação IPCA ter apresentado resultados abaixo das expectativas.
O IPCA, índice de inflação de referência no país, encerrou o mês de março com um aumento de 0,16%, enquanto as projeções do mercado apontavam para uma elevação de 0,25%. Esses números revelam uma desaceleração da inflação em relação às estimativas iniciais. Além disso, os núcleos de inflação, que desconsideram itens voláteis e movimentos não relacionados aos fundamentos da economia, também apresentaram uma queda significativa, passando de 0,49% para 0,19%.
De acordo com análises especializadas, a redução nos núcleos de inflação é um indicativo positivo para as perspectivas econômicas futuras, sugerindo uma possível continuidade do processo de desinflação. Essa interpretação é reforçada quando se considera o padrão sazonal, que historicamente indica uma tendência de aumento da inflação no final e início do ano, seguida por uma queda em março. Vale ressaltar que o resultado alcançado em março deste ano representa um dos menores valores para esse mês na série histórica.
Esses dados, somados às diretrizes do Banco Central (BC) expressas na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), indicam que o cenário base para a desinflação se mantém. O BC sinalizou que, caso essa perspectiva persistisse, as reduções na taxa básica de juros (Selic) seriam mantidas em 50 pontos base por mais duas vezes. No entanto, em caso de mudanças no cenário base, as reduções seriam de 50 pontos base seguidas de ajustes menores, de 25 pontos base.