Inflação acelera e IPCA-15 supera meta
Os mercados também estão atentos a dados econômicos relevantes
Segundo análise do Rabobank, o cenário econômico global e doméstico apresenta sinais mistos, exigindo atenção cautelosa. Externamente, a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed) indica que o Comitê de Mercado Aberto (FOMC) opta por prudência em possíveis reduções das taxas de juros. A economia dos EUA mantém-se resiliente, com crescimento do PIB no terceiro trimestre de 2024 em 2,8%, frente a 3,0% no segundo trimestre. No entanto, a inflação ainda exige monitoramento, com o núcleo do índice de preços PCE atingindo 2,8% em outubro, ante 2,6% em junho.
No Brasil, as perspectivas econômicas são impactadas pelo anúncio de cortes de gastos para 2025-2026, estimados em R$ 50 bilhões, valor inferior aos R$ 70 bilhões inicialmente divulgados. Simultaneamente, o governo anunciou a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) para rendimentos entre R$ 2.824 e R$ 5.000. Contudo, a inflação continua pressionando. O IPCA-15 de novembro acelerou para 0,62% no mês, superando as expectativas do mercado e do próprio Rabobank. Em termos anuais, o índice está 180 pontos-base acima da meta de 3% para 2024 e 30 pontos-base acima do teto da banda superior (4,5%).
A dinâmica atual de preços, somada à inércia inflacionária e ao impacto do câmbio, aponta para uma inflação de 4,9% em 2024 e 4,3% em 2025, ambas com viés de alta. Frente a esse cenário, o Rabobank projeta que o Comitê de Política Monetária (Copom) possa aumentar a Selic em 75 pontos-base na próxima reunião, encerrando 2024 com a taxa em 13% ao ano.
Os mercados também estão atentos a dados econômicos relevantes, como o PIB do terceiro trimestre e a produção industrial no Brasil. Outros indicadores aguardados incluem o resultado primário do Governo Central, IGP-DI, balança comercial e, na América Latina, dados de atividade econômica e balança de pagamentos em países como Chile, Colômbia e Peru.