A sergipana Café Maratá, uma das principais torrefadoras de café da região Norte e Nordeste do País, quer incrementar sua participação no setor no próximo ano. Em 2003, vai inaugurar uma unidade com capacidade para processar 1,4 milhão de sacas de 60 quilos de café verde ao ano, lançar produtos na linha de cafés gourmet e orgânico, além de renovar seus armazéns.
"Vamos aumentar nossa presença no mercado internacional com a exportação de café verde, que foi iniciada este ano para países como Argentina e Austrália", diz o diretor geral, Frank Reis Vieira.
A empresa, que faz parte do grupo José Augusto Vieira, com operações no comércio de automóveis, agropecuária, fabricação de plásticos, fumo, sucos concentrados, entre outros, investiu US$ 13,6 milhões nos últimos dois anos na construção da torrefadora em Itaporanga d’Ajuda, no interior de Sergipe. A nova torrefadora foi levantada para expandir a capacidade de produção da Café Maratá, que atualmente pode processar até 625 mil sacas de café verde em Lagarto (SE). "Estamos no limite", diz.
Capacidade maior
A estrutura em Itaporanga foi projetada para trabalhar com uma capacidade de processamento ainda maior, de 1,56 milhão de sacas, cuja ampliação deve ocorrer nos próximos quatro anos com um investimento de cerca de US$ 4 milhões em máquinas e equipamentos.
Com a transferência das atividades, a razão social da Maratá mudará para Indústrias Alimentícias Maratá Ltda.. O nome inclui os novos projetos da empresa. "Além do café, vamos entrar no mercado de chás, temperos e condimentos", afirma Vieira. A antiga fábrica deverá ser desativada a partir do segundo semestre de 2003, logo após a entrada a todo vapor da fábrica de Itaporanga prevista para meados do ano.
A reestruturação empresa deve promover um salto de 28% no faturamento em 2003. Neste ano, a previsão é de as vendas cheguem a R$ 109,5 milhões. A expectativa é que também se mantenha o bom ritmo de lucratividade da torrefadora, que retomou neste ano após quedas consecutivas desde 1999. A previsão da Café Maratá é encerrar 2002 com um lucro operacional próximo a R$ 13,5 milhões, quase o triplo contabilizado no ano passado, de R$ 4,8 milhões. "Conseguimos reverter a situação por causa, entre outros motivos, dos estoques que tínhamos e da subida dos preços do café nos últimos meses."
Concorrência acirrada
O lançamento de produtos, como a linha gourmet e orgânico, também deve colaborar para a expansão das vendas da Maratá e acirrar a concorrência no Norte e Nordeste. De acordo com Vieira, estão reservados mais de US$ 1 milhão para o marketing promocional das novidades. Em 2002, a empresa entrou no segmento de café expresso.
A reestruturação da companhia também inclui a sua área de armazéns. Dos atuais três estabelecimentos, a empresa pretende desativar dois em Lagarto (SE) seguindo os mesmos planos de aumento de capacidade do setor de torrefação. Para entrar em atividade, a Café Maratá está construindo, em Itaporanga d’Ajuda, ao lado da nova fábrica, uma unidade com capacidade para acomodar 400 mil sacas de café.
O terceiro armazém, em Vitória da Conquista (BA), onde são realizados o beneficiamento e classificação do produto, vai ser substituído por uma construção com capacidade para 80 mil sacas. Além disso, a empresa pretende implantar outra unidade em Luís Eduardo Magalhães (BA) ou em Varginha (MG) até o final de 2003. Os investimentos totais devem somar US$ 2,15 milhões.
João Mathias - do Panorama Setorial