Indústria arrozeira portuguesa enfrenta crise
Além da queda nos preços, o setor sofre com estoques remanescentes
A indústria de arroz em Portugal atravessa uma grave crise, com perdas estimadas em cerca de 40 milhões de euros, conforme divulgado pela agência Lusa. Apesar da boa qualidade da safra deste ano, os preços de venda despencaram de 550 euros por tonelada na campanha anterior para 350 euros nesta safra, tornando o cultivo economicamente inviável. João Reis Mendes, presidente da Aparroz, associação de produtores de arroz, alertou que o setor enfrenta condições críticas: “Estamos a produzir abaixo dos custos, o que compromete a sustentabilidade de cerca de 1.500 agricultores.”
Além da queda nos preços, o setor sofre com estoques remanescentes do ano anterior que não foram vendidos e com a redução nas exportações para o Oriente Médio, região que tem sido dominada pelo arroz dos Estados Unidos e da Austrália. Embora o preço do arroz nos supermercados não tenha diminuído, os produtores não conseguem negociar valores que cubram os custos de produção, colocando em risco os 28 mil hectares cultivados no país e a subsistência de milhares de famílias.
Diante dessa realidade, representantes do setor se reunirão para avaliar os impactos financeiros e traçar um plano de ação que fortaleça a cadeia produtiva. A busca por mercados alternativos e políticas que garantam preços mínimos para os produtores são algumas das possíveis medidas a serem discutidas. A situação evidencia a necessidade de soluções rápidas para evitar o colapso do setor arrozeiro português, que desempenha um papel crucial na agricultura nacional e na preservação de paisagens rurais únicas.