Índia lida com restrições da Indonésia às exportações de óleo de palma

É improvável que os planos da Indonésia de restringir as exportações de óleo de palma criem uma escassez no principal mercado consumidor da Índia, onde os estoques subiram para um recorde após importações agressivas nos últimos três meses, disseram autoridades do setor.

Isso é um forte contraste com o ano passado, quando uma mudança repentina nas políticas de exportação de Jacarta forçou a Índia a aumentar as compras da Malásia, que na época vendia óleo de palma a preços recordes.

Na semana passada, a Indonésia disse que suspenderá algumas licenças de exportação de óleo de palma para garantir o abastecimento doméstico, à medida que os preços do óleo de cozinha aumentam antes do próximo festival islâmico Ramadã.

As importações de óleo comestível da Índia no primeiro trimestre do ano comercial de 2022/23 - que começou em 1º de novembro - aumentaram 25% em relação ao ano anterior, para cerca de 4,5 milhões de toneladas, disseram comerciantes.

As importações elevaram os estoques para um recorde de 3,6 milhões de toneladas em 1º de fevereiro, em comparação com 1,83 milhão de toneladas no ano anterior, estimaram. "É improvável que as restrições da Indonésia criem problemas na Índia. Os níveis de estoque estão confortáveis", disse Ajay Jhunjhunwala, presidente da Associação de Extratores de Solventes da Índia, à Reuters.

A oferta de colza da safra da nova temporada, que deve ser 10% a 15% maior do que a safra recorde do ano passado, ganhará impulso a partir do próximo mês e aumentará a disponibilidade de óleo comestível, acrescentou.

As restrições de exportação da Indonésia provavelmente serão suspensas após o mês do Ramadã, que termina em 21 de abril, disse um negociante de Mumbai com uma casa comercial global. "Este ano há um jogo diferente. Há ampla oferta de óleo de girassol, que não estava fluindo livremente no ano passado por causa do conflito Rússia-Ucrânia", disse o comerciante.

As importações de óleo de girassol da Índia em janeiro subiram para um recorde de 473.000 toneladas, quase o triplo das importações médias mensais, já que os principais exportadores, Rússia e Ucrânia, buscam reduzir os estoques.

Os compradores de óleo de palma tentarão novamente aumentar as compras da Malásia, o segundo maior exportador mundial, mas não na mesma proporção do ano passado, disse um comerciante de Cingapura.

Os estoques da Malásia no final de janeiro aumentaram 3,26% em relação ao mês anterior, para 2,27 milhões de toneladas. "Os agricultores indonésios sofreram no ano passado por causa da proibição de exportação. Este ano, a Indonésia não vai proibir totalmente as exportações, mas limitará apenas por algumas semanas", disse o comerciante.

Fonte Reuters com tradução Agrolink*