Índia aprova mostarda geneticamente modificada

A Índia concedeu autorização ambiental para sementes de mostarda geneticamente modificadas (GM) desenvolvidas de forma nativa, disseram especialistas na quinta-feira passada, abrindo caminho para o uso comercial de sua primeira safra de alimentos geneticamente modificados. Maior importador mundial de óleos comestíveis, com os quais gasta dezenas de bilhões de dólares por ano, a Índia atende mais de 70% de sua demanda da Argentina, Brasil, Indonésia, Malásia, Rússia e Ucrânia.

"Posso chamar isso de um marco histórico", disse Deepak Pental, geneticista e ex-vice-chanceler da Universidade de Delhi, que desenvolveu as sementes junto com sua equipe, em um esforço de mais de uma década. O uso comercial de sementes de mostarda GM levaria alguns anos, no entanto, acrescentou. Em nota, o governo confirmou o maior nível de liberação até agora para a cultura da mostarda transgênica, também conhecida como colza.

A Índia está simplificando os regulamentos para o desenvolvimento de plantas editadas pelo genoma, disse o Ministério da Ciência e Tecnologia na quinta-feira, chamando a tecnologia de promissora, pois oferece um enorme potencial econômico. "A decisão do GEAC reconhece o potencial da biotecnologia para abordar a questão das crescentes importações de óleo comestível da Índia", disse Bhagirath Choudhary, diretor do Centro de Biotecnologia do Sul da Ásia, sem fins lucrativos.

Ele se referia ao painel responsável pela liberação, formalmente conhecido como Comitê de Avaliação de Engenharia Genética (GEAC), que faz parte do Ministério do Meio Ambiente da Índia. A medida segue longas revisões e indecisão política. Em 2017, a equipe de Pental chegou perto de obter a aprovação do governo para cultivar comercialmente sementes de mostarda transgênica, após anos de testes de campo e análise de dados de safras.