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Inadimplência de produtores alerta fiagros

O analista de fundos imobiliários, Caio Nabuco de Araujo, da Empiricus Research, expressa preocupação



Foto: Divulgação

A alta das commodities agrícolas no mercado internacional, devido ao clima seco nos EUA e ao conflito no Mar Negro, resultou em avanço para soja, milho e trigo na Bolsa de Chicago (CBOT). Isso trouxe preocupações para os Fundos de Investimento do Agronegócio, conhecidos como fiagros. O impasse em torno do fundo imobiliário BTG Pactual Terras Agrícolas (BRTA11) e a inadimplência do Grupo Bergamasco ganharam destaque após a suspensão dos pagamentos, alegando que o acordo se tornou impagável com a nova dinâmica de preços dos grãos.

O analista de fundos imobiliários, Caio Nabuco de Araujo, da Empiricus Research, expressa preocupação com a volatilidade nos preços das commodities desde meados do primeiro semestre de 2023. Ele demonstra ceticismo em relação às teses de investimento para os fiagros, que dependem de créditos com garantias, como os CRAs. Segundo ele, muitos devedores não estão bem posicionados no setor, sendo tomadores de dívidas em restruturação ou crescimento, o que pode dificultar a solvência de curto prazo.

“Desde o semestre passado, com a queda das commodities e principalmente dos grãos, algumas safras ficam bastante prejudicadas. Para alguns indicadores, pensando no Brasil, existe certa preocupação, com o nível de comercialização no primeiro semestre deste ano abaixo da média dos últimos anos, gerando estoques mais elevados e sem perspectivas para recuperação nos preços das commodities no curto prazo”, diz.

O analista destaca que a possível queda na Selic, projetada pelo mercado para esta quarta-feira (2), pode impactar os fundos fiagros, que possuem carteiras compostas por CRAs com rentabilidade CDI + taxa prefixada. Se a Selic e, consequentemente, o CDI caírem, haverá redução no rendimento das carteiras. Por outro lado, a queda na taxa básica de juros pode resultar em menor risco de inadimplência, pois os devedores pagarão menos serviço de dívida. Assim, a redução na rentabilidade das carteiras pode ser um efeito imediato, mas a redução do risco de inadimplência é uma consideração importante.

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